Em declarações aos jornalistas no Palácio de Monserrate, em Sintra, onde decorre hoje um Conselho de Ministros informal, António Costa foi questionado sobre a exoneração do secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, tendo apelado a que se deixe a “justiça funcionar”.

“Nós vamo-nos hoje concentrar naquilo que importa à vida dos portugueses, e, sem querer diminuir aquilo que preocupa muito os comentadores e o espaço político, aquilo que eu sinto que preocupa as pessoas são temas bastante diferentes”, afirmou.

O chefe do executivo sublinhou que anda na rua e costuma falar com os portugueses, que lhe manifestam preocupações “que têm pouco a ver com esses assuntos”, elencando temas como o combate à inflação, a melhoria dos rendimentos, os desafios no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a “enorme transformação da economia portuguesa”.

“É naquilo que sinto que é a preocupação fundamental que nós temos de estar centrados, porque a função do Governo é governar a pensar nas pessoas”, disse.

Costa acrescentou ainda que “é fundamental manter a estabilidade das políticas” para se manter o “ciclo virtuoso” que considerou estar em curso na economia portuguesa.

Interrogado se, ao fim de um ano e três meses, o Governo está a acusar “algum desgaste”, o chefe do executivo respondeu: “Sabe que dedico-me pouco à análise política e mais a fazer aquilo que me compete, que é governar”.

Antecipando o Conselho de Ministros que decorre hoje, Costa referiu que, tradicionalmente, no final do ano político, o Governo tem sempre “um encontro informal para fazer uma reflexão sobre o caminho percorrido” e abordar o que é preciso “fazer, corrigir, acelerar” e “continuar a melhorar”.

“É um momento importante para que todos os membros do Governo possam falar, não só das suas áreas, mas do conjunto das áreas, e temos o debate do Estado da Nação dentro de duas semanas. É importante preparar esse debate e começar a preparar também já o próximo ano”, frisou.

Na sexta-feira, o Presidente da República aceitou a exoneração do secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, que foi, entretanto, constituído arguido no âmbito do processo “Tempestade Perfeita” e levou a Polícia Judiciária a fazer buscas no Ministério da Defesa.