- Portugal tem atualmente 12.519 casos ativos de covid-19 e 161 surtos, circunstâncias em que os casos ativos estão ligados a um fenómeno comum, anunciou hoje a ministra da Saúde: 42 são na região Norte, um número que classifica como estável, 8 na região do Centro, 82 em Lisboa e Vale do Tejo, 13 na região do Alentejo e 16 na região do Algarve.
- Nas últimas 24 horas o número de infetados na zona Norte aumentou, devido a surtos na Póvoa de Varzim e em Vila do Conde, que estão a ser devidamente acompanhados pelas autoridades de Saúde.
De acordo com a última informação transmitida pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge o índice de transmissibilidade efetivo para os dias entre 3 e 7 de agosto está nos 0,99. O número médio de casos secundários que resultam de um caso infetado, medido em função do tempo (o chamado Rt) global nacional está abaixo de um, mas segundo a ministra da Saúde a tendência decrescente dos últimos dias está a ter uma ligeira inversão.
- Sobre o surto no lar de Reguengos de Monsaraz, a ministra da Saúde, Marta Temido, referiu que os dados da auditoria já chegaram ao Ministério da Saúde. A ministra começou por referir a diminuição dos casos em estruturas residenciais, ao longo do tempo, afirmando depois que este "é um fenómeno complexo", com "responsabilidades técnicas que têm de ser devidamente analisadas".
- Questionada sobre vistorias aos lares, Marta Temido frisou que já existem visitas periódicas a estas instituições, "para verificação das condições gerais".
- Inquirida quanto à Festa do Avante! e ao número de pessoas esperadas, a ministra da Saúde frisou que esses dados não são da responsabilidade do Ministério da Saúde. Contudo, "está a ser realizado um trabalho técnico" e "não haverá exceções", garantiu. "Não vamos proibir aquilo que está permitido, nem permitir aquilo que está proibido", reforçou.
- “É evidente que teremos que falar de outros números”, declarou Marta Temido sobre a lotação máxima do espaço, acrescentando: “compreendo que se fale de um número de 100 mil, na medida do que será a licença de utilização, mas estamos num momento específico, num contexto específico”.
Marta Temido acrescentou que o contexto específico para a realização da festa "será considerado e foi já considerado pelos promotores" no diálogo que mantêm desde segunda-feira com a DGS, quando se realizou a primeira reunião técnica entre ambas as partes.
- “Ninguém entenderia que corrêssemos riscos adicionais por uma circunstância de tratamento especial, mas também ninguém entenderia que impuséssemos deveres adicionais àquilo que são as regras específicas com as quais temos estado a trabalhar em áreas como a restauração, os transportes públicos ou os eventos culturais”, salientou Marta Temido.
- Em relação à vacina desenvolvida pela Rússia, Marta Temido afirmou que é preciso ter presente as recomendações da OMS. Assim, é de facto necessário acelerar o processo, mas não se pode "sacrificar nem a segurança, nem a eficácia terapêutica".
A ministra indicou que relativamente à vacina Sputnik V, a primeira para a covid-19 a ser anunciada, “há factos que têm sido referidos, que a fase 3 [de testagem na comunidade] não terá sido, eventualmente, totalmente realizada”. Por outro lado, “ninguém está disponível para desperdiçar a oportunidade de ter um instrumento que ajude a responder a esta doença”, admitiu.
Marta Temido afirmou que a autoridade portuguesa de regulação dos medicamentos (Infarmed) está “a trabalhar com a Agência Europeia do Medicamento, integrado numa rede competente, capacitada e com todos os meios ao seu dispor para garantir que Portugal está entre os países que terão acesso ao que venha a ser uma vacina eficaz para a covid-19”.
Comentários