“Estimamos que demore seis ou mais meses até essas potenciais vacinas poderem ser testadas clinicamente, a uma maior escala, e entre 12 a 18 meses até a vacina contra o Covid-19 estar pronta para aprovação”, informa a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) numa resposta escrita hoje enviada à agência Lusa.
Frisando que estes prazos são, normalmente, “difíceis de prever”, a EMA indica à Lusa que, com base na informação dada à agência pelas empresas que estão a trabalhar nesta solução, “os testes clínicos deverão iniciar-se nos próximos meses”.
A EMA aponta, ainda, ter “uma equipa dentro da Agência a trabalhar sobre esta questão e [para garantir] as ferramentas regulatórias necessárias para acelerar a aprovação”, visando assim “uma resposta rápida ao Covid-19”.
Na terça-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esperar que a potencial vacina para o novo coronavírus, que está a ser investigada pela biofarmacêutica CureVac, esteja no mercado até ao outono, podendo “salvar vidas dentro e fora da Europa”.
Confrontada nesse dia com o curto prazo, a responsável garantiu procedimentos regulatórios rápidos e lembrou a oferta norte-americana ao laboratório alemão que a desenvolve, o que “mostra reconhecimento”.
“Como estamos numa severa crise, podemos acelerar os processos que, normalmente, são mais lentos e demoram mais tempo por serem muito burocráticos”, disse Ursula von der Leyen, em declarações aos jornalistas nesse dia, em Bruxelas.
Apontando “o facto de outros países terem tentado comprar essa empresa, [que] mostra que ela está na linha da frente da investigação”, a líder do executivo comunitário vincou que a CureVac, uma empresa de Tübingen, na Alemanha, “é altamente especializada neste campo”.
“A estimativa que temos é que, no outono, possa haver uma vacina que combata o coronavírus”, insistiu.
Um dia antes, na segunda-feira, a Comissão Europeia anunciou um apoio de até 80 milhões de euros à CureVac, após esta ter, alegadamente, recebido uma oferta da administração norte-americana.
Este apoio financeiro foi divulgado depois de, também nesse dia, a CureVac ter negado haver recebido uma oferta do Governo dos Estados Unidos para reservar a sua descoberta para os norte-americanos, embora tenha confirmado uma reunião com a administração norte-americana.
Na resposta dada à Lusa, a EMA refere ainda estar a isentar os laboratórios de taxas de consultoria científica relativamente a possíveis tratamentos para o Covid-19, garantindo ainda “trabalhar com todas as empresas para progredir o mais rápido possível no desenvolvimento e aprovação da vacina”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, já infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.900 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 85.500 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
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