Os ambientalistas indicam ter requerido à autarquia “que sejam prolongados os prazos decorrentes do processo de revisão do PDM do Porto e facultados os documentos que o constituem às associações interessadas, por via digital ou na forma julgada mais apropriada, de maneira a garantir a realização de um processo de discussão pública (não apenas no sentido administrativo, mas num sentido cívico mais amplo) que seja digno desse nome”.
“Caso contrário, correr-se-ia o risco de que o próximo PDM venha, desde a origem, a ser alvo de dúvida quanto à sua legitimidade e prestígio por não ter sido objeto de um escrutínio público cabal”, acrescentam em nota hoje enviada.
A Campo Aberto indica que tal pedido de prolongamento foi feito numa carta de 02 de março enviada à Câmara do Porto, e hoje tornada pública, alegando que "os prazos formais ditos de discussão pública não permitem uma análise séria e fundamentada".
A associação solicitou ainda à autarquia que, em nome da "limpidez do debate público", lhe fosse concedido o acesso a uma cópia da versão do próximo PDM, que se encontra em consulta junto de várias entidades, solicitação esta que até ao momento ainda não teve resposta.
Para os ambientalistas, só com a facultação dos documentos às associações interessadas pode ser garantida a realização de um processo de discussão pública, "não apenas no sentido administrativo, mas num sentido cívico mais amplo, que seja digno desse nome".
No comunicado divulgado hoje, a Campo Aberto assinala que a esta altura, muitas das questões levantadas pela associação continuam por esclarecer, apesar de uma troca de emails com a autarquia que dura há vários meses.
A Campo Aberto quer esclarecimento da autarquia sobre o destino a dar aos terrenos da antiga estação ferroviária da Boavista, para onde está prevista a construção de um grande armazém comercial El Corte Inglés, a instalação de um hotel e de um edifício de habitação comércio e serviços.
A intenção do grupo espanhol El Corte Inglés de retomar o projeto de 2003 levou à criação de uma petição online onde se defendia a criação de um jardim público no terreno e que contou com o apoio da Campo Aberto.
Em outubro do ano passado, a Campo Aberto defendia que o município não estava obrigado a licenciar construções naquele espaço, se em causa estivesse o superior interesse da população.
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