No relatório epidemiológico semanal, a organização destaca que, embora a maioria dos casos da variante Ómicron identificados desde novembro em mais de 70 países estejam relacionados com viagens, já existem fontes de contágio na comunidade.
No documento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a variante Delta, que em meados do ano já era a dominante no mundo e antes da Ómicron chegou a atingir 99,8% dos casos sequenciados, caiu para 99,2% na última medição realizada pela rede global dos laboratórios GISAID, que colabora com a organização.
Dos 879.000 casos sequenciados em laboratório pela rede nos últimos 60 dias, a grande maioria (872.000) ainda era da variante Delta, mas a Ómicron já representava 3.755 casos (0,4%), quando há uma semana essa percentagem era de 0,1 %, indicando rápida progressão.
As evidências atuais, acrescenta o relatório, parecem indicar que a variante Ómicron tem vantagens evolutivas sobre a Delta quando se trata de transmitir e que o faz mais rápido.
Tal situação foi observada não apenas em países com incidência relativamente baixa de casos Delta, como a África do Sul, o primeiro país onde a nova variante foi detetada, mas também noutros onde a Delta estava em níveis elevados, como o Reino Unido, acrescenta a OMS.
Na sua análise à Ómicron, a OMS reitera que a variante parece afetar a eficácia das vacinas contra a infeção e transmissão, aumentando também o risco de reinfecção.
Estudos preliminares independentes da OMS mostraram que a Ómicron reduz a proteção contra a reinfecção de quatro das principais vacinas covid, aquelas produzidas pela Pfizer-BioNTech, Moderna, AstraZeneca e Johnson & Johnson (Janssen).
No entanto, a variante não parece afetar a eficácia dos testes de PCR para deteção do vírus, o que pode ajudar a monitorizar a sua evolução. Os tratamentos contra casos graves ou críticos de covid-19 "devem continuar a ser eficazes" contra a Ómicron, indica a OMS.
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