Segundo presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, em declarações à agência Lusa, naquele concelho estavam registados, até perto das 19:30 de hoje, “20 casos, dos quais dez estão neste lar”, Casa de Saúde da Idanha, das Irmãs Hospitaleiras, “que estava já a ser monitorizado pela Câmara, com as entidades de saúde”.
O autarca explicou que foram primeiro detetados dois casos suspeitos e “assim que se soube que era oficial, imediatamente se fez análises aos utentes todos e aos trabalhadores”.
Por aquele lar, onde vivem algumas pessoas e aonde outras se deslocam diariamente para consultas, passam todos os dias “cerca de mil pessoas”.
“Logo que soubemos que havia duas pessoas infetadas, fizemos uma desinfestação total do lar. Neste momento, a situação está controlada e estamos a acompanhá-la”, referiu.
Este número, disse Basílio Horta, poderá aumentar, dado que “há várias análises ainda a decorrer”.
Uma das coisas que “tem preocupado” a autarquia “é que os resultados das análises vêm com alguns dias de atraso”.
Por isso, a Câmara de Sintra irá “abrir três centros de acolhimento e de análise”.
“O primeiro abre já para a semana no novo centro de saúde, em Agualva – é o primeiro centro de saúde onde se vai fazer simultaneamente a avaliação e a análise, e o resultado da análise é sabido no mesmo dia – e os outros dois centros abrem imediatamente a seguir, mas só abrem quando as entidades de saúde entenderem que todas as condições de segurança estão garantidas”, adiantou Basílio Horta.
Para “tranquilizar as pessoas”, o autarca lembrou que “Sintra é o segundo concelho mais populoso do país, com cerca de 400 mil pessoas”.
“Nós temos 20 casos oficialmente confirmados. A Grande Lisboa tem cerca de 645 casos confirmados, Sintra, até agora, parece ter sido poupada a esta epidemia. Mas há muitas análises que estão a ser feitas, não quer dizer que este número não aumente, infelizmente, é muito capaz de aumentar”, afirmou.
A ministra da Saúde disse hoje que os doentes que forem transferidos dos hospitais para unidades de cuidados continuados ou para lares devem realizar um teste de despiste do Covid-19, além de respeitarem um período de isolamento.
Segundo Marta Temido, é importante continuar “a fazer fluir os doentes”, de acordo com a sua necessidade de cuidados, mas terá de continuar a ser empregue um maior cuidado no que se refere à população com mais de 65 anos.
Apesar de admitir que esta medida protetora terá “consequências” nos métodos de trabalho, a ministra vincou que esta é de elevada importância.
Na quinta-feira, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, apelou a todos os lares que não deixem de receber doentes, mas que cumpram o período de isolamento de 14 dias de todos os doentes novos que entrarem, mesmo sem sintomas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 271 mil pessoas em todo o mundo, das quais pelo menos 12.000 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 4.825 mortos (mais 793 do que na sexta-feira) em 53.578 casos (mais 6.557, um recorde em 24 horas). Segundo as autoridades italianas, 6.062 dos infetados já estão curados.
Em Portugal, há 12 mortes e 1.280 infeções confirmadas. O número de mortos duplicou hoje em relação a sexta-feira e registaram-se mais 260 casos no mesmo período.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.
Além disso, o Governo declarou na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
(Artigo atualizado às 20:56)
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