O protocolo entre o ICBAS e a autarquia da Maia permitirá o apoio de alunos do sexto ano de Medicina às Zonas de Concentração e Apoio à População deste concelho do distrito do Porto.
Em causa estão o Centro de Acolhimento ‘Covid Negativo', que funciona a partir de hoje na escola EB 2-3 de Gueifães e que poderá acolher até 150 idosos sem retaguarda familiar ou institucional que não sofram de doença infetocontagiosa, indicou a autarquia local.
O outro é o hotel que acolhe idosos do concelho da Maia enquanto os lares onde residem são higienizados.
De acordo com nota do ICBAS, os estudantes do sexto ano de Medicina "vão participar neste modelo formativo excecional e diferenciador para a sua formação académica e clínica".
"O ICBAS associa-se a este esforço promovido pela Câmara da Maia na mitigação dos efeitos produzidos pela pandemia covid-19, através da participação voluntária dos seus estudantes", refere diretor do instituto, Henrique Cyrne Carvalho, citado numa nota, na qual é descrito que as duas estruturas são "semelhantes a hospitais de campanha" de forma a "servir de retaguarda aos hospitais centrais, apostados em dar resposta aos casos graves e muito graves".
Já o presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, em declarações à agência Lusa, considerou que "nesta fase em que é precisa a ajuda de todos", a Câmara da Maia "agradece ao ICBAS o ter reagido tão prontamente ao desafio que lançado aos estudantes".
"Os alunos vão apoiar o Centro de Acolhimento ‘Covid Negativo' e contribuir para o bem-estar dos idosos que dele venham a necessitar", acrescenta o autarca.
Esta colaboração inclui uma Bolsa de Reforço Solidário a que os voluntários terão direito a auferir, sendo também assegurada alimentação e despesas de transporte, seguro e equipamento de proteção individual.
"A participação dos nossos estudantes será muito vantajosa para as unidades de saúde onde vão colaborar, mas também para os próprios estudantes, que com esta vivência vão valorizar a sua formação clínica e humanitária, constituindo um património pessoal diferenciador", descreve, ainda, Henrique Cyrne Carvalho.
A direção do ICBAS quer, também, que "o contributo dos estudantes seja contabilizado para a sua formação, nomeadamente na carga letiva correspondente a estágios clínicos e desenvolvimento de qualificações na prática clínica, sob tutoria da equipa médica e de acordo com as horas de atividade de cada estudante".
"É reconfortante perceber que a direção identifica formas que possibilitem a participação dos alunos na resposta a esta ameaça. A verdade é que como futuros profissionais de saúde sentimos a responsabilidade de contribuir de forma ativa para a solução, portanto será certamente uma iniciativa bastante participada pela comunidade de Biomédicas", aponta, por sua vez, o presidente da associação de estudantes do ICBAS, João Mendes da Silva, perspetivando uma "forte adesão".
De acordo com o relatório divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS) o concelho da Maia regista 512 casos de infeção.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.
Dos casos de infeção, mais de 312 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela DGS, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado no dia 02 de abril na Assembleia da República.
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