“Considerando com muita seriedade os riscos gerais de saúde pública com origem na pandemia de Covid-19 e, muito particularmente, os riscos específicos incorridos por colaboradores e clientes em contacto pessoal nas nossas agências, entendemos operar em condições excecionais de porta fechada a partir de amanhã, segunda-feira, dia 16 de março”, indica o Eurobic em comunicado.
A decisão significa que o banco só atenderá pessoalmente “os clientes que o requeiram durante o horário normal de expediente por toque na porta da agência”, explica a mesma fonte.
Apenas os clientes com “necessidades financeiras urgentes e que não possam objetivamente ser satisfeitas pelos canais alternativos, designadamente os de acesso digital” poderão entrar nas agências.
Além disso, só poderão entrar clientes em número igual ao de colaboradores disponíveis, não havendo possibilidade de esperar por atendimento dentro da agência.
O banco indica ainda que “não serão autorizados a entrar na agência clientes com máscara ou qualquer outra solução de proteção pessoal que impeça ou dificulte o reconhecimento facial”.
“Não executaremos ao balcão operações com numerário, sendo os clientes encaminhados para as ATM, salvo circunstância excecionais atendíveis, devendo nesse caso ser usadas luvas descartáveis”, pode ler-se no comunicado.
O Eurobic diz que “todas as circunstâncias ou casos que possam constituir evidência de risco sanitário relacionado com a Covid-19 devem ser reportados à hierarquia para serem objeto de imediato tratamento adequado”.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.400 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ronda as 164 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 245 casos confirmados. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.
O epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) deslocou-se da China para a Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou no domingo 368 novas mortes e que regista 1.809 vítimas fatais.
Além de China e Itália, os países mais afetados são Irão, com 724 mortos (113 novos), Espanha, com 288 (152 novos), e França, com 91 (11 novos).
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.
Em Portugal, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou o Conselho de Estado para quarta-feira para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência, enquanto o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que Portugal e Espanha vão limitar a circulação na fronteira a mercadorias e trabalhadores transfronteiriços.
O Governo declarou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
Os governos regionais da Madeira e dos Açores decidiram impor um período de quarentena a todos os passageiros que aterrarem nos arquipélagos, enquanto o Governo da República desaconselhou as deslocações às ilhas.
Já tinham sido tomadas outras medidas em Portugal para conter a pandemia, como a suspensão das ligações aéreas com a Itália, o país da Europa mais afetado.
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