Num comunicado enviado à comunicação social e citado pela agência Efe, o comando operacional do chamado Exército Nacional Líbio (LNA, em inglês) anunciou que “cumprirá o cessar-fogo enquanto o outro lado fizer o mesmo”.
A decisão do LNA surge depois de o governo rival, apoiado pelas Nações Unidas, o Governo de Acordo Nacional líbio, ter aceitado este cessar-fogo.
O anúncio foi feito também após cinco dias de luta e intensos bombardeamentos no sul de Trípoli, onde morreram mais de 50 pessoas, incluindo civis.
Os dois lados acusam-se mutuamente de inserirem o novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, na Líbia, através dos mercenários estrangeiros que militam nas suas fileiras.
O Governo de Acordo Nacional, estabelecido em 2015 e apoiado política e militarmente por Turquia, Catar e Itália, integra nas suas tropas membros de milícias oriundos da Síria, onde lutaram ao lado de tropas turcas, ao passo que Hafter contratou mercenários sudaneses da ‘Janjaweed’ — uma milícia associada ao Governo de Cartum — e russos do Grupo Wagner — um grupo armado privado do oligarca Yevgeny Prigozhin, próximo do Presidente Vladimir Putin.
A Líbia, que possui as reservas de petróleo mais importantes no continente africano, é um país imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011.
No leste do país existe um Governo rival, que apoia o general Khalifa Hafter, cujas forças lançaram uma ofensiva para capturar Tripoli em abril passado. Este Governo é apoiado pela Rússia, Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos, enquanto França e Estados Unidos da América o apoiam politicamente.
Desde o início da ofensiva das tropas de Haftar sobre Tripoli foram mortos mais de 280 civis e cerca de 2.000 combatentes, segundo a ONU. Perto de 150.000 líbios foram deslocados.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 271 mil pessoas em todo o mundo, das quais pelo menos 12.000 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Até ao momento, não há dados confirmados da presença de casos de covid-19 na Líbia.
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