“Não seguimos nem acompanhamos esta campanha de medo que está a matar a nossa economia cada vez mais, uma vez que, se olharmos para o aumento do número de infetados, constatamos também que eles não têm um impacto preocupante no número de internamentos nem no número de mortes”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.
O líder centrista falava à agência Lusa e à RTP à margem de uma conferência comemorativa do 25 de Novembro de 1975, na Amadora (distrito de Lisboa).
Apontando que a pandemia de covid-19 “está manifestamente controlada”, o presidente do CDS-PP disse não encontrar razões “para que o Governo não trate os portugueses como adultos responsáveis, capazes de adotar os comportamentos seguros nesta altura e quadro do ano”.
Isto quando é possível, na sua opinião, “continuar a apostar no método da vacinação como a cláusula de salvaguarda que permite ter uma vida em liberdade”.
“A vacinação tem-se revelado um mecanismo eficaz, que protege as sociedades e também a economia e que permite uma vida em liberdade, com responsabilidade, que os portugueses estão a ser capazes de adotar”, defendeu, salientando que “Portugal tem hoje cerca de 87% da população vacinada” e que o processo “correu de forma exemplar” graças à “extraordinária adesão dos portugueses”.
Francisco Rodrigues dos Santos considerou também que “estas medidas vão afetar a economia porque implicam, desde logo sobre o consumo, um conjunto de comportamentos que restringem o acesso, por exemplo, à restauração, aos bares, às discotecas e mesmo assim à vida normal das famílias, como por exemplo as escolas”, salientando que estas medidas “penalizarão essencialmente os mesmos setores” que têm sido afetados desde o início da pandemia.
E criticou o Governo por, “com esta campanha de medo, de terror, que ninguém compreende, mais, com esta histeria que os dados não permitem concluir”, estar a “fazer algo que é muito preocupante, é desviar as atenções do essencial daquilo que devia estar preocupado”, como o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Comentando também as mais recentes demissões, como por exemplo de 10 chefes de equipa do Hospital de Santa Maria, o líder centrista considerou que o SNS não tem “mãos a medir”, o que leva ao esgotamento dos profissionais, e defendeu a contratualização de “consultas, exames e cirurgias com o setor particular e social”.
“A ministra não só vem dizer que os médicos têm que ser mais resilientes quando devia, e essa era a sua principal obrigação, dar-lhes todos os meios e ferramentas, quer ao nível de recursos humanos quer de instrumentos, também contratualizando com os outros subsistemas de saúde, aliviando-lhes o trabalho”, indicou.
O Governo anunciou hoje novas medidas para responder ao agravamento da pandemia de covid-19 em Portugal, com o regresso da obrigatoriedade do uso de máscara, o reforço da testagem e uma semana de contenção em janeiro.
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