“Não podemos falar de uma forma genérica dos dirigentes estarem ou não nas prioridades da toma da vacina. O que tem de haver é bom senso nesta matéria, como tudo na vida, porque o grupo prioritário inclui utentes e cuidadores diretos, mas isso não exclui dirigentes e órgãos sociais” das instituições, considerou José Tomás.
Este responsável defendeu que “se um elemento dos órgãos sociais desenvolve a sua atividade diariamente na instituição e tem bastante proximidade com as pessoas, se calhar reúne critérios para fazer parte do grupo prioritário” do plano de vacinação.
José Tomás explicou que “há elementos dos órgãos sociais que trabalham nas instituições e há outros que, pela disponibilidade de tempo, também lidam diariamente com as pessoas e colaboradores” dos lares, o que “é um critério de prioridade”.
“Outra coisa é considerar-se que só por fazerem parte dos órgãos sociais de uma instituição devem tomar a vacina. Tenho a minha posição muito crítica: obviamente que não deve ser um critério de prioridade”, acrescentou.
O também provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mangualde explicou que “uma instituição sem um dirigente é moribunda, assim como um país sem um líder” e, por isso, falou da questão que “tem sido um pouco discutida por todo o país”.
“Quem dirige um país ou uma instituição é ou não prioritário no plano de vacinação? Mais uma vez tem de haver bom senso, porque não podemos avaliar de forma genérica, tem de haver uma análise cuidada, caso a caso”, defendeu.
Neste sentido, acrescentou: “Não aponto o dedo a um elemento dos órgãos sociais que tenha uma vida ativa na instituição, mas aponto o dedo se um elemento que tenha uma vida ausente e fora da instituição apanhar a vacina”.
No que diz respeito às sobras das vacinas, o provedor disse que “é normal, basta por algum motivo um utente não poder apanhar como, por exemplo, por estar hospitalizado por algum motivo”.
“Nestes casos, estas vacinas recolhem e entram no plano nacional de vacinação dentro dos critérios de prioridade, não são reconvertidas para outras pessoas da instituição, pelo menos é o que tem acontecido, daquilo que tenho conhecimento, nas Misericórdias do distrito”, assumiu.
José Tomás disse que “tem havido elevada responsabilidade de todas as partes”, quer dos ACES [Agrupamentos de Centros de Saúde], quer das instituições, ou seja, “de quem administra a vacina e de quem apresenta os dados para a vacinação”.
Numa semana em que começa a ser administrada a segunda dose da vacina, nas primeiras instituições que as receberam, José Tomás elogia “a boa organização da parte dos ACES” e “uma boa colaboração por parte das instituições”.
“É um processo que tem funcionado com rigor e fluidez e, dos conhecimentos que tenho, não tem havido qualquer efeito colateral, ou seja, não sei de ninguém com algum problema causado pela vacina”, enalteceu.
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