“Aumentar a testagem é uma prioridade. Estamos a englobar novos laboratórios na rede. O mercado tem respondido com soluções, algumas divulgadas na comunicação social, mas todas as respostas têm de passar pelo crivo de segurança do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge. A fiabilidade em matéria de testagem é determinante”, disse António Sales, em conferência de imprensa, em Lisboa.

O governante agradeceu as ofertas de apoio que têm chegado ao Ministério da Saúde, sublinhou que "todos são importantes" e insistiu que "o sucesso [na luta contra o novo coronavírus] depende da capacidade de resiliência individual".

"Temos várias linhas de encomendas a ser trabalhadas", disse António Sales, a propósito do trabalho de articulação das ajudas que têm chegado de empresas, instituições e da sociedade civil.

"Não desmoronamos e continuemos a respeitar orientações da Direção-Geral da Saúde", afirmou António Sales, garantindo que está a ser feito um reforço de meios técnicos e humanos no Serviço Nacional de Saúde e que "a alocação de recursos financeiros nunca se colocará em causa nesta altura".

"Esta é uma prioridade. Nunca será por questões financeiras que não haverá recursos técnicos e humanos", acrescentou.

O responsável disse ainda que o setor privado, com 450 lugares para cuidados intensivos, será uma resposta complementar importante, agradeceu a disponibilidade manifestada e disse que esse setor ainda não foi chamado e que a resposta será articulada em função da avaliação do surto.

"Essa resposta [dos privados], a juntar aos 1.124 lugares de cuidados intensivos do SNS, poderá ser extremamente importante. Ainda não houve necessidade, mas quando a evolução do surto justificar, claro que serão chamados", garantiu.

António Sales sublinhou que o centro de contacto SNS24 "é e continua a ser a porta entrada do utente circuito da Covid-19" e reconheceu que "os tempos de resposta ainda não são os que gostaria".

"Continuamos a melhorar a capacidade de resposta do serviço. É aqui que, em caso de suspeita de infeção, entramos em contacto com a linha de apoio ao medico, que depois faz o correto encaminhamento de utentes", explicou, acrescentando: "É assim que tem sido possível evitar a procura descontrolada dos serviços de urgência".

O secretário de Estado disse também que a linha de apoio ao médico atingiu um número recorde de 4.150 chamadas atendidas por 40 médicos voluntários em simultâneo.

"Não se desloquem às urgências sem orientações prévias da linha SNS24", insistiu.

A diretora-geral da Saúde, por seu lado, insistiu na necessidade de se cumprirem as obrigações de isolamento dos doentes infetados e de todas as pessoas que receberam das autoridades de saúde orientações estritas para se manter isoladas em casa.

Sobre as pessoas mais vulneráveis e com menor capacidade de defesa contra o novo coronavírus, Graça Freitas disse sublinhou a necessidade de cuidados acrescidos de proteção para idosos, hipertensos, pessoas com problemas cardiovasculares, diabéticos e pessoas com doença oncológica.

"Essas pessoas carecem de maior proteção e precisam de contactar o mínimo possível com outras pessoas. A sua rede familiar de apoio deve manter atenção e o agregado familiar deve ser contido nos contactos com os seus idosos e doentes", afirmou Graça Freitas.

Sobre os casos de Felgueiras e Lousada, Graça Freitas enalteceu o "trabalho gigantesco de detetar contactos e os isolar" feito pelas equipas de saúde pública e disse que a situação "está estável" e "controlada".

"Mas ainda não passaram os 14 dias de segurança", alertou.

Portugal regista seis vítimas mortais do novo coronavírus, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), que dá conta de 1.020 casos confirmados de Covid-19.

Os dados do boletim epidemiológico hoje divulgado, com informação recolhida até às 24:00 de quinta-feira e atualizado às 11:00 de hoje, indicam que há mais 235 casos confirmados de Covid-19 do que na quinta-feira.