A Ordem lembra que Portugal entrou na primeira fase de mitigação do novo coronavírus, o que significa que "a propagação já não acontece só com casos importados sem cadeias secundárias, mas também com transmissão local em ambiente fechado e transmissão comunitária".
Por isso, acrescenta, "a pensar na urgência de travar a propagação" aconselha a que seja implementado "um conjunto de ações que pessoas ou comunidades possam adotar para ajudar a atrasar a propagação".
Estar bem informado, conhecer os sintomas e pôr em prática planos de contingência são algumas das sugestões da Ordem, que sublinha que a informação é dirigida a pessoas e famílias em casa, instituições de ensino, lares e centros de dia, locais de trabalho, instituições religiosas e prestadores de serviços de saúde, sendo categorizada em três níveis de transmissão: nenhum a mínimo, mínimo a moderado e considerável a elevado.
Entre as medidas propostas pela Ordem, "que visam retardar a propagação da doença e, em particular, proteger indivíduos em maior risco de doença grave e profissionais de saúde e infraestruturas críticas", no âmbito familiar destaca-se o conselho de "criar um plano de ação familiar em caso de doença na família", abastecimento de medicamentos, alimentos e outros bens essenciais, assim como estabelecer maneiras de comunicar com outras pessoas.
Já nas escolas e instituições de ensino, que estão neste momento encerradas por ordem do Governo, a Ordem dos Psicólogos propõe a implementação de estratégias de ensino à distância ou e-learning, enquanto nos lares e centros de dia sugere que sejam canceladas saídas com funcionários, limitadas as visitas e mantidos os residentes dentro das instalações para limitar o risco de exposição à comunidade.
Nos locais de trabalho, os psicólogos sugerem que, além do incentivo ao teletrabalho, sejam canceladas viagens não essenciais, desfasados horários, canceladas conferências e feiras de negócio, assim como garantida a flexibilização de licenças aos funcionários que precisem de ficar em casa com os filhos devido ao encerramento das instituições de ensino.
Junto dos prestadores de serviços de saúde, a Ordem preconiza a necessidade de desenvolver sistemas de triagem telefónica e telemedicina para reduzir visitas desnecessárias aos serviços médicos, incentivados os profissionais de saúde a ficar em casa quando doentes, bem como implementada a triagem prévia à entrada nas instalações para identificar e isolar rapidamente pacientes com doença respiratória.
Nos casos de risco moderado, a Ordem recomenda também que seja iniciado o treino dos profissionais de saúde para trabalhar em outras unidades, antecipando a falta de pessoal, e que seja considerada a exigência de todos os profissionais de saúde utilizarem máscara facial quando estiverem de serviço.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que os contabilizados na terça-feira. No entanto, este número baseia-se na confirmação de três casos positivos nos Açores, mas a Autoridade de Saúde Regional, contactada pela Lusa, sublinhou serem dois os casos positivos na região e adiantou estar em contactos para se corrigir a informação avançada pela DGS, baixando assim para 641.
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