“Eu penso que o essencial é que medidas de apoio vamos ter para o fim das moratórias em termos dos setores mais afetados”, disse o responsável hoje durante um debate promovido pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal sobre igualdade de género nas empresas.
“Há setores que, de facto, não têm receitas e, portanto, a chave aqui vai ser que apoio se vai dar à saída das moratórias para essas empresas e portanto aqui como eu tenho dito não é a banca que precisa de apoio, quem precisa de apoio são as empresas”, acrescentou.
Para Paulo Macedo, as moratórias vão ser um desafio grande para as empresas que não têm ‘cash-flow’ (movimentos de dinheiro associados a uma empresa ou projeto, separados entre entradas e as saídas de liquidez), “vão ter efeitos muito assimétricos, há setores que estão a resistir bem, como a construção e a distribuição alimentar, mas há setores que de facto não tem receitas”.
“Se as empresas não forem insolventes e conseguirem cumprir os seus compromissos, de certeza que será positivo [o fim das moratórias] e não haverá destruição do tecido”, acrescentou.
Em fevereiro, o governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, afirmou que as moratórias, bem como as medidas relacionadas com a pandemia, deverão ser adaptadas em função dos diferentes momentos da crise da covid-19.
Durante a apresentação dos resultados anuais da CGD, Paulo Macedo, disse que a instituição estava “disponível” para reestruturar dívida de particulares no desemprego, no fim das moratórias, previsto para setembro.
O gestor salientou que “em termos dos particulares aumentou o desemprego, mas o rendimento disponível tem sido mantido de forma positiva”, defendendo que “deveria haver um esquema de proteção a estas pessoas” e que a instituição “está disponível para reestruturar os créditos dos clientes todos que no final da moratória estejam em situação de desemprego”.
O presidente do BCP, Miguel Maya, também defendeu a prorrogação das moratórias de crédito para as empresas e para os trabalhadores do setor do turismo, que terminam em 30 de setembro.
O presidente executivo do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, disse que ainda é cedo para discutir as moratórias relacionadas com a pandemia de covid-19, defendendo que devem ser localizadas e interpretadas como um instrumento transitório.
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