Em entrevista ao canal de televisão francês TF1, Édouard Philippe explicou que sair de casa torna-se mais difícil com a prática desportiva a ser possível apenas no perímetro de um quilometro e idas ao médico somente em casos urgentes.
"Tomámos uma medida muito geral de quarentena e há muitas pessoas que a respeitam, mesmo com as dificuldades que isso implica. Mas é verdade que em certos sítios, há pessoas que não respeitam", afirmou esta noite o primeiro-ministro,
Até agora, para além do trabalho que não pode ser feito através de teletrabalho, eram autorizadas saídas de casa para ir às compras, ao médico, prestar serviço a um familiar dependente e fazer curtas sessões de exercício físico
Segundo anunciou hoje o primeiro-ministro, a possibilidade de fazer desporto ou passear com as crianças fica restrita a um quilómetro à volta da residência e por apenas uma hora.
Também os mercados ao ar livre, que nas grandes cidades continuavam a ter muita afluência, vão ser proibidos, sendo apenas possíveis nas vilas mais pequenas por ordem do presidente da câmara local e a pedido dos autarcas.
As idas ao médico também vão ser mais restritas, sendo apenas permitidas idas às urgências e tratamentos de doenças crónicas.
O primeiro-ministro francês recordou ainda que as multas são agora mais pesadas, sendo de 135 euros caso não se apresente a justificação ou o motivo não seja válido, mas que podem ir até aos 1.500 euros caso haja uma segunda infração das regras de quarentena.
Para circularem na via pública, os franceses precisam de se fazer acompanhar de uma declaração, disponível no portal do Ministério do Interior na Internet, que preenchem individualmente justificando a saída e em que declaram por sua honra que não estão a violar as regras em vigor, e que terão de apresentar caso sejam abordados pelas autoridades.
O primeiro-ministro vai assinar hoje à noite o decreto que vai formalizar estas alterações que se tornam efetivas a partir de terça-feira.
Quanto à duração da quarentena, o primeiro-ministro não adiantou se haverá uma prolongação para além dos 15 dias impostos originalmente, mas avisou que o regresso à vida normal "não é já para amanhã".
O número de mortos nas últimas 24 horas em França devido à covid-19 foi de 186, um recorde diário, elevando para 860 o número total de vítimas mortais devido à pandemia no país, foi hoje anunciado.
Segundo o ministro da Saúde, Olivier Véran, o número de pessoas infetadas é agora de 19.856, sendo que atualmente 8.675 pessoas estão hospitalizadas, das quais 2.082 nos cuidados intensivos.
Numa declaração, o governante adiantou que estão a ser realizados cerca de 5.000 testes diários em França. O país vai começar ensaios clínicos com hidroxicloroquina, utilizada no tratamento da malária.
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