“Os centros de investigação estiveram permanentemente mobilizados a fazer testes aos trabalhadores dos lares, o que na prática nos terá permitido evitar cerca de 880 surtos em todos os lares”, afirmou Ana Mendes Godinho durante a sessão em que se assinalou um ano desde o lançamento da iniciativa, no Instituto da Segurança Social, em Lisboa.
O programa “Heróis dos Testes”, lançado precisamente há um ano, resulta da colaboração com 23 centros de investigação em todo o país, que durante esse período realizaram cerca de 306 mil testes nos lares, além de outros 600 mil testes feitos em colaboração, sobretudo, com as administrações regionais de saúde, acrescentou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
“No total, atinge cerca de 900 mil testes, o que representa cerca de 10% da capacidade nacional de testagem, disse ainda Manuel Heitor, acrescentando, que estes laboratórios também estarão envolvidos nos rastreios no Ensino Superior.
Voltando aos lares, a iniciativa foi hoje reforçada, através da assinatura de protocolos que vão permitir a realização de testes de diagnóstico à covid-19 nas estruturas residenciais para idosos até ao final de junho.
“Até ao final de junho temos cerca de mais 90 mil testes a continuarem a ser realizados nos lares”, precisou a ministra, explicando que, atualmente, a nova estratégia prevê a testagem de 25% dos trabalhadores por semana, para que “ao final de um mês temos todos os trabalhadores testados e conseguimos ter uma leitura por amostragem da situação”.
Em declarações aos jornalistas, Ana Mendes Godinho reiterou que a proteção dos mais idosos, designadamente daqueles que residem em lares, continua a ser uma preocupação, independentemente do processo de vacinação contra a covid-19.
“A nossa preocupação continua a ser proteger as pessoas e é nesse sentido que vamos continuar com esta testagem preventiva, para garantir que mantemos a capacidade de identificar preventivamente situações assintomáticas e evitar surtos”, acrescentou.
Durante a sessão, os dois governantes, Ana Mendes Godinho e Manuel Heitor, sublinharam a importância da cooperação entre a ciência e, neste caso particular, a segurança social no combate à pandemia da covid-19.
“É evidente como esta articulação e cooperação, durante o último ano, foi determinante, tem sido determinante e vai continuar a ser determinante para conseguirmos responder às pessoas da melhor forma, face a um enquadramento tão difícil que temos tido”, afirmou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, sublinhando que a última semana, sem mortes associadas à covid-19 e com apenas 18 surtos ativos no país também resulta desse esforço.
Para o responsável pela pasta da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o último ano foi exemplo da “capacidade científica, que se adaptou a um movimento solidário para resolver uma causa”, oferecendo “um contributo particularmente relevante”.
Além do protocolo assinado no âmbito dos “Heróis dos Testes”, foi também formalizada, através de um protocolo entre os centros de investigação, uma rede de laboratórios científicos para situações de emergência e riscos de saúde pública.
Essa cooperação já existe desde o início da pandemia da covid-19, mas de forma informal, explicou Nuno Marques, presidente do Algarve Biomedical Center (ABC) e coordenador da rede.
“O acordo que foi hoje assinado aqui é que esta rede vai continuar unida, para esta pandemia e também para outras situações, quer no âmbito da saúde pública, quer do interesse nacional, de forma a que assim que haja qualquer desenvolvimento e necessidade, seja posto em prática”, explicou.
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