“À medida que avançamos para o inverno, vemos que as taxas de infeção e de internamentos por covid-19 estão a aumentar em quase todos os Estados-membros e a maioria dos pacientes em cuidados intensivos são os não vacinados. Queremos reiterar a necessidade de serem vacinado e, para aqueles que são elegíveis, de receberem uma vacina de reforço”, assinalou o chefe da Estratégia de Ameaças Biológicas para a Saúde e Vacinas da EMA, Marco Cavaleri.
“É vital que continuemos o esforço de vacinação, especialmente nos Estados-membros com taxas de vacinação inaceitavelmente baixas”, acrescentou Marco Cavaleri.
Questionado sobre as razões deste elevado ressurgimento de infeções por SARS-CoV-2 no espaço comunitário, o responsável atribuiu à variante Delta, que é “altamente transmissível”.
“Não devemos esquecer que, em muitos Estados-membros, ainda existe uma grande parte da população, incluindo pessoas de risco com cerca de 50 anos de idade, que ainda não estão vacinadas e que são as que mais provavelmente irão para o hospital e sofrerão as consequências de uma covid-19 grave, incluindo a mortalidade. Portanto, não devemos esquecer que devemos fechar esta lacuna e garantir que o maior número possível de pessoas está vacinado”, apelou Marco Cavaleri.
E apesar de a “atenção principal” estar centrada no combate à pandemia, o especialista da EMA lembrou outras doenças sazonais, encorajando “todas as pessoas a quem é oferecida uma vacina contra a gripe a vacinarem-se e a protegerem-se a si próprios, os seus familiares, amigos e colegas”.
“Os dados preliminares indicam que a vacina da gripe pode ser administrada ao mesmo que tempo que a vacina anticovid-19”, adiantou Marco Cavaleri.
Dados de outra agência europeia, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), revelam que, até ao momento, mais de 75% da população adulta na UE está totalmente vacinada, enquanto mais de 80% tomou apenas a primeira dose.
Isto equivale a 277 milhões de pessoas com o esquema de vacinação completo, segundo a página na internet do ECDC referente à vacinação na UE e que tem por base dados dos Estados-membros.
Por países, existem grandes discrepâncias nas taxas de vacinação, entre os 28,4% de vacinação total de adultos na Bulgária e 92,6% na Irlanda. Além da Bulgária, também a Roménia regista uma taxa de 42,8%, a segunda pior da UE, com os restantes países a superarem os 50%, ainda assim.
Numa “questão de semanas” a EMA espera dar o seu parecer sobre a comercialização de uma nova vacina anticovid-19 na UE, a da farmacêutica Novavax, adiantou Marco Cavaleri, assinalando que esta “se baseia numa tecnologia diferente das já autorizadas” e que, se aprovada, “poderá ser utilizada noutras partes do mundo que enfrentam limitações no que diz respeito à disponibilidade do fornecimento de vacinas”, dadas as doações comunitárias.
A EMA anunciou na quarta-feira que está a avaliar o pedido da farmacêutica Novavax para a comercialização da sua vacina contra a covid-19, estimando divulgar uma decisão nas próximas semanas.
Caso a vacina da farmacêutica norte-americana receba a ‘luz verde’ do regulador, será a quinta autorizada para a UE, juntando-se às da Pfizer/BioNTech, da Moderna, da Janssen e da AstraZeneca, que fazem parte do plano de vacinação português que arrancou a 27 de dezembro de 2020.
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