"Vivemos numa região onde as praias e o turismo são extremamente importantes e não nos passaria pela cabeça um cenário de encerramento total das praias, porque, ao contrário de outras zonas do país, onde as praias são de arribas e pequenas, temos um extenso areal", afirmou Álvaro Beijinha, em declarações à agência Lusa.

O autarca de Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal, considerou que as regras para a próxima época balnear, anunciadas pelo Governo na sequência da pandemia de covid-19, são “as medidas precisas para tentar evitar a transmissão do vírus” e o reflexo de algumas das preocupações manifestadas pelos municípios do litoral alentejano.

"Este ano não vai ser seguramente igual aos anos anteriores, a forma como estávamos habituados a ir à praia, e tem de haver uma compreensão coletiva para, cumprindo as regras, evitar comportamentos de risco que façam com que voltemos atrás. Acho que estamos no caminho do desconfinamento e esse caminho deve continuar de forma cautelosa", afirmou.

Tendo em conta a extensão do areal no litoral alentejano, Álvaro Beijinha disse acreditar que não deverão existir problemas, mas alertou para a necessidade de o Governo reforçar os meios de vigilância da costa, nomeadamente com nadadores-salvadores.

"Esperemos que a administração central coloque os meios necessários para esta nova realidade, nomeadamente os nadadores-salvadores, através dos concessionários, que também estão apreensivos com a questão económica porque não vão ter o mesmo número de pessoas na praia e, por isso, vamos, de uma forma atenta mas também serena, ver como é que as coisas vão decorrer", frisou.

Na opinião do autarca, os primeiros dias, após o arranque da época balnear, vão servir “de barómetro de como as coisas vão decorrer".

Com duas praias de uso balnear no concelho (Fonte do Cortiço e Costa de Santo André), o presidente da Câmara de Santiago do Cacém lembrou que a obrigatoriedade do distanciamento entre pessoas "poderá afastar os banhistas das zonas vigiadas", fazendo aumentar o risco de afogamento.

"Esta equação não é fácil, mas terá de haver uma maior vigilância, não apenas dos nadadores-salvadores, como também da Polícia Marítima. Por isso, todos temos de ter uma consciência diferente e não ir à praia tantas vezes, e tanto tempo, fazendo estadas mais curtas para permitir que todos consigamos desfrutar da beleza das nossas praias", concluiu.

O início da época balnear está previsto para 20 de junho no concelho de Santiago do Cacém.

Portugal contabiliza 1.218 mortos associados à covid-19 em 29.036 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.