Dos cerca de 100 testes feitos a profissionais de saúde do hospital, um foi inconclusivo e 16 deram resultados positivos, informa a ULSBA, num comunicado enviado hoje à agência Lusa e em que atualiza a informação relativa ao surto identificado na quinta-feira, dia em que foram detetados os primeiros seis casos de enfermeiros do bloco operatório infetados.
Segundo a ULSBA, que gere o hospital de Beja, entre os 16 profissionais infetados, há 10 enfermeiros, quatro assistentes operacionais, um técnico e um médico e todos "estão em isolamento no domicílio, apresentando apenas sintomas ligeiros".
Devido ao surto, já foram adiadas 20 cirurgias programadas, que "serão reagendadas logo que possível", indica a ULSBA, salientado que "se mantém em funcionamento" a atividade cirúrgica de urgência no bloco operatório.
A situação "está a ser monitorizada" pela Unidade de Saúde Pública, pelo Serviço de Saúde Ocupacional e pelo Grupo de Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos e ao abrigo do plano de contingência no âmbito da pandemia de covid-19 da ULSBA.
Após a deteção dos primeiros casos, as equipas daqueles serviços "iniciaram de imediato" os procedimentos de avaliação de risco dos colaboradores e o pedido de testes e o isolamento dos casos suspeitos, indica a ULSBA, referindo que, "face à avaliação em curso, estima-se que sejam cerca de 200 os contactos a serem avaliados e acompanhados".
A ULSBA informa que "estão a decorrer, com normalidade, as consultas de especialidade e outros atos médicos e de enfermagem e exames" e os utentes devem dirigir-se ao hospital de Beja "com toda a confiança, mas respeitando e cumprindo as indicações dadas".
Trata-se de indicações relativas ao distanciamento físico, à higienização das mãos, ao cumprimento da hora da consulta ou do exame e, "muito importante", o uso obrigatório de máscara no interior dos edifícios do hospital de Beja.
Na quinta-feira, questionada pela Lusa sobre se há risco de encerramento do bloco operatório do hospital, a presidente do conselho de administração da ULSBA, Conceição Margalha, disse que "é necessária uma avaliação mais correta para se poder saber se há profissionais em número suficiente para manter as escalas e o funcionamento do bloco em segurança".
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 984.068 mortos e cerca de 32,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo o mais recente balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.936 pessoas dos 72.055 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
(Artigo atualizado às 19:27)
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