Num debate em Cascais no âmbito do 2.º encontro anual do Conselho da Diáspora Portuguesa, José Manuel Durão Barroso disse que a Coligação para a Inovação na Preparação para Epidemias (CEPI) anunciou três programas para desenvolver novas vacinas que cubram um leque mais abrangente de coronavírus, para evitar que sejam necessários reforços regulares da vacinação.

“Há neste momento em curso esforços muito credíveis e muito ambiciosos para, num prazo que pode rondar os 100 dias, termos vacinas de segunda geração, aproveitando aquilo que já há de bom nas atuais vacinas (…), mas procurando que estas vacinas sejam já eficazes contra novas variantes, nomeadamente contra a Ómicron”, explicou à Lusa à margem do encontro.

Ao abrigo do programa “Broadley Protective SARS-CoV-2 Vaccine Initiative”, afirmou, a CEPI quer encontrar uma vacinas com uma amplitude de proteção maior.

"A ideia no fundo é chegar (…) a uma vacina, digamos, universal contra o coronavírus, porque há vários tipos de coronavírus”, explicou Durão Barroso.

O ex-primeiro-ministro português sublinhou que a ameaças da Ómicron "deve ser tomada a sério” porque aparentemente é mais eficaz a escapar aos anticorpos existente nos organismos e porque as atuais vacinas não dão proteção suficiente contra a infeção por Ómicron.

“Tudo isto são estudos que estão em curso, por isso é que eu estou a usar os advérbios de modo que indicam prudência, mas as vacinas atuais têm aparentemente a eficácia quanto à proteção das pessoas contra os casos graves e morte, mas uma pessoa pode ter a vacinação a completa, até mesmo com terceira dose, e ser infetada ou reinfectada”, reiterou.

Durão Barroso lembrou que, de acordo com os estudos já disponíveis esta nova variante não é tão mortífera como as anteriores, nomeadamente como variante delta, mas tem uma capacidade que a delta não tinha de evitar a proteção das vacinas e é por isso que está “a crescer exponencialmente”.

“Muito provavelmente vai substituir a variante delta”, concluiu.