No auge da pandemia na Austrália, em setembro de 2022, entre 310 mil e 1,3 milhões de australianos sofriam de sintomas relacionados com a covid longa, estimou o estudo da Universidade Nacional Australiana (The Australian National University).
Para o estudo, os académicos calcularam o número de horas de trabalho perdidas ou reduzidas devido à persistência de sintomas de covid-19 até 12 meses após o diagnóstico inicial.
O Governo da Austrália – um dos países que implementou medidas mais restritivas para tentar evitar a propagação da doença – terminou a quarentena obrigatória de cinco dias em outubro de 2022 para quem testava positivo para a covid.
Os investigadores descobriram que os sintomas da covid, especialmente em trabalhadores entre os 30 e os 49 anos, provocaram uma média de 100 milhões de horas de trabalho perdidas em 2022.
“Isto equivale a uma perda média de oito horas por pessoa empregada por ano”, disse Quentin Grafton, investigador da Universidade Nacional Australiana que participou no estudo com académicos da Universidade de Nova Gales do Sul (University of New South Wale) e da Universidade de Melbourne.
“Estimamos que isto equivale a perdas em toda a economia, em média, de cerca de 9,6 mil milhões de dólares [australianos – cerca de 5,8 mil milhões de euros] em 2022, ou um quarto do crescimento real do produto interno bruto da Austrália nesse ano”, sublinhou Grafton.
A investigação, que analisou dados de 5.185 adultos, para determinar o impacto da covid longa entre janeiro de 2022 e dezembro de 2023, concluiu que o impacto económico é possivelmente subestimado.
Isto porque “não tem em conta perdas como as dos empregados saudáveis que não podem trabalhar porque estão a cuidar de outros com covid longa”, salientou Grafton.
O estudo, publicado na publicação científica The Medical Journal of Australia, estima que entre 173 mil e 873 mil australianos vão sofrer de covid longa até 2024, e apela para que a doença seja considerada prioritária nas políticas públicas.
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