Após uma visita às oficinas de Campolide, em Lisboa, Carlos Nogueira, presidente da CP, recordou que a transportadora paga atualmente sete milhões por ano aos espanhóis por 20 unidades, alugadas ao preço de 350 mil euros cada.
Citando informações dadas pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins, no local, Carlos Nogueira indicava a base de preços para o “reforço do aluguer entre seis e 10 composições” e tendo em conta os atuais 350 mil euros por unidade “durante o tempo que for necessário para as novas composições, no âmbito do concurso internacional que irá ser aberto”.
Assim, e mantendo-se estes valores, o aluguer de um máximo de 10 comboios poderá totalizar 3,5 milhões de euros.
O presidente da CP comentou ainda a necessidade de cumprir aspetos burocráticos dos processos, assim como a “carteira muito robusta” de encomendas dos fabricantes de comboios, pelo que a “CP vai entrar na fila”. “Daqui a três ou mais anos temos comboios [novos]”, acrescentou.
Durante esse período “importa reforçar o aluguer, que tem de ser com Espanha, que tem bitola [distância entre carris] ibérica” e é o único país que disponibiliza comboios a diesel, já que “cerca de um terço da infraestrutura” portuguesa está por eletrificar, referiu ainda.
O responsável sublinhou a importância de reforçar a componente da manutenção e reparação dada a vetustez do material circulante”.
“Temos material diesel, temos composições a fazer serviço com 62 anos e temos o nosso diesel restante com 50 e poucos anos. É muito tempo e exige uma manutenção permanente e contínua”, notou ainda o responsável, afirmando que os “problemas não são de hoje”.
CP pode fazer "parcerias estratégicas com a Renfe" em mercado liberalizado
O presidente da CP, Carlos Nogueira, admitiu, esta segunda-feira, “parcerias estratégicas com a Renfe”, no âmbito da liberalização do mercado ferroviário, em 2019, que obrigará a “ser-se mais competente”.
O responsável notou que a liberalização do mercado “é já amanhã”, a 1 de janeiro de 2019, e só “quem tem bons argumentos, quem é competente, quem tem boa performance e condições de gestão singrará no mercado”.
O Governo “não pode fazer grande coisa, não pode proteger o setor, a DGcom não deixa [direção de concorrência da União Europeia]”, pelo que a CP “tem que fazer o seu melhor”, disse o presidente da CP, enumerando “parcerias estratégicas com a Renfe, ter melhor material circulante, ter pessoal motivado e focado e alinhado”. “Temos que ser mais competentes”, sublinhou.
O gestor garantiu ainda que a “CP habilitou na altura própria o Governo, o acionista, com o quadro, com o framework para que decida como vai tratar o incumbente CP” quando o mercado ficar aberto, ao abrigo das regras europeias.
Comentários