A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Felgueiras entregou uma criança de sete anos aos cuidados de um tio paterno que foi acusado pelo Ministério Público (MP) de violar a menor 360 vezes em quase dois anos, conta o Jornal de Notícias (JN).
A CPCJ de Felgueiras decidiu, em agosto de 2018, entregar a menina com o tio paterno, depois de serem registados problemas em casa dos pais. O homem era solteiro, mas vivia com uma mulher e foi considerado que tinha condições para acolher a criança.
“Naqueles períodos temporais, com uma frequência de segunda a sexta-feira, a hora não apurada da madrugada, antes de o arguido sair para trabalhar e enquanto ainda todos os habitantes da casa dormiam, o arguido dirigia-se ao quarto onde dormia a vítima, tocava-lhe no corpo e retirava-lhe a roupa”, é referido na acusação.
Segundo o MP, o homem terá avisado a sobrinha para se manter em silêncio e não contar as violações a ninguém, coisa que se manteve até abril de 2020, quando a menina teve autorização para ir ao fim de semana a casa da mãe. Um mês depois, acabou por contar o que acontecia e as violações pararam. No total, foram contabilizados 165 crimes em 2018, 170 em 2019 e 25 em 2020, o que dá um total de 360.
O arguido nunca foi detido e está em liberdade, com termo de identidade e residência. Vai ser julgado brevemente no Tribunal de Penafiel por um coletivo de juízes.
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