Ireneu Barreto falava aos jornalistas no Palácio de São Lourenço, no Funchal, depois de concluídas as audições aos nove partidos com assento parlamentar. Hoje recebeu PS e PSD, na quinta-feira PCP, CDS-PP, Chega e Juntos Pelo Povo (JPP), e na quarta-feira BE, PAN e IL.
"Nesta situação muito complexa, cabe-me agora equacionar todas as opções que a Constituição prevê e decidir, em consciência, aquela que melhor defenda os superiores interesses dos madeirenses e porto-santenses, a autonomia regional e o regime democrático”, afirmou.
Assim, acrescentou Ireneu Barreto, tendo em conta poder de dissolução da Assembleia Legislativa Regional, “torna-se indispensável" consultar o Presidente da República relativamente à avaliação que Marcelo Rebelo de Sousa está a efetuar da situação.
O representante da República vai pedir a Marcelo Rebelo de Sousa que o receba na próxima semana, devendo anunciar uma decisão, “ponderados todos os dados disponíveis”, no final da próxima semana ou, no máximo, no início da semana seguinte.
Em resposta aos jornalistas, Ireneu Barreto referiu que ainda não comunicou este pedido de reunião a Marcelo Rebelo de Sousa, mas garante que espera estar em condições de anunciar a sua decisão logo no dia seguinte ao encontro.
"Quem toma a decisão sou eu. Sou o responsável por essa decisão. Mas não me é indiferente saber o que pensa o Presidente da República", afirmou.
Na quarta-feira, o representante da República começou a ouvir os partidos com assento na Assembleia Legislativa, na sequência da exoneração do presidente do Governo Regional e consequente demissão do executivo, após Miguel Albuquerque (PSD) ter sido constituído arguido no âmbito de uma investigação a suspeitas de corrupção na Madeira.
Depois desta ronda de audiências, o representante tomará a decisão sobre a situação governativa da Madeira, uma vez que o Presidente da República só pode intervir no processo a partir de 24 de março, quando a Assembleia Legislativa cumpre os seis meses de posse legalmente exigidos.
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