"Confinamento", palavra que "entrou na nossa vida coletiva a 18 de março, dia em que foi decretado o primeiro estado de emergência provocado pela pandemia", abre a lista dos dez vocábulos.
Segue-se "COVID-19", doença que se tornou "pandémica e alterou profundamente a vida de biliões de pessoas em todo o mundo".
"Em Portugal e no mundo multiplicaram-se casos de discriminação, muitas vezes de natureza étnica, gerando grande preocupação e pondo em causa os valores humanistas", razão que conduz à escolha do terceiro termo, "discriminação".
A "digitalização" é a quarta escolha da lista elaborada pela Porto Editora. "O ato ou efeito de tornar digital emergiu, no contexto da pandemia, como uma das maiores prioridades, transversal a todos os setores da sociedade, da educação à economia".
Outra palavra selecionada é "infodemia". "Este vocábulo resulta da combinação de «informação» com «epidemia» e foi usado com frequência para designar o enorme fluxo de informações – nem sempre fidedignas – relacionadas com a pandemia", explicam os promotores.
"A partir do momento em que a epidemia da COVID-19 ultrapassou fronteiras continentais, o mundo viu- se confrontado com uma pandemia". Razão pela qual "pandemia" ser, também, uma das palavras a votação.
"Palavra genuinamente portuguesa", "saudade", surge em sexto lugar. "É um sentimento muito presente como consequência do distanciamento físico e, também, da rutura em relação às rotinas mais simples e banais", pode ler-se na nota de imprensa.
O sétimo vocábulo é "sem-abrigo". "Este problema social crescente pode assumir contornos de calamidade, em consequência da crise económica atual", explica a Porto Editora.
"Ausente dos televisores portugueses desde 1987, a telescola sintonizou-se com as novas gerações como uma das soluções de ensino à distância em contexto de pandemia". "Telescola" é, por essa razão, a nona palavra da lista agora divulgada.
Por último, "zaragatoa". "O instrumento de colheita de amostra de secreções ganhou relevância no despiste do vírus SARS-CoV- 2" e fecha a lista.
A votação ‘online’ decorrerá nos três países até às 24:00 do dia 31 de dezembro e o anúncio das palavras vencedoras será a 4 de janeiro de 2021.
A iniciativa é promovida pela Porto Editora e pelas subsidiárias Plural Editores Angola e Plural Editores Moçambique, respetivamente. De acordo com a promotora da iniciativa, a eleição visa "sublinhar a relevância da Língua Portuguesa e das palavras e contribuir para traçar um retrato dos acontecimentos que marcam a vida coletiva de cada um dos países".
Esta terça-feira foram ainda conhecidas as dez palavras candidatas a Palavra do Ano em Angola (nacionalização, autárquicas, violência, educação, agricultura, industrialização, coronavírus, pandemia, manifestação e quarentena) e Moçambique (pandemia, distanciamento, ataques, isolamento, desemprego, emergência, refugiados, coronavírus, máscara e mahindra).
A Palavra do Ano de 2019 foi "Violência [doméstica]", que recolheu 27,7% dos mais de 20.000 votos registados.
A lista das vencedoras da Palavra do Ano inclui, nas dez edições anteriores, "esmiuçar" (2009), "vuvuzela" (2010), "austeridade" (2011), "entroikado" (2012), "bombeiro" (2013), "corrupção" (2014), "refugiado" (2015), "geringonça" (2016), "incêndios" (2017) e "enfermeiro" (2018).
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