O estado norte-americano da Florida é historicamente importante nas eleições dos Estados Unidos, com analistas a defenderem que esta medida pode afetar a votação agendada para 3 de novembro e que vai ser disputada pelo candidato republicano e atual Presidente, Donald Trump, e o democrata e ex-vice-Presidente, Joe Biden.
A Comissão de Restauração dos Direitos da Florida (FRCC) disse na terça-feira que arrecadou fundos no valor de 20 milhões de dólares (17,1 milhões de euros) para pagar as dívidas de ex-presidiários que cumpriram pena na Florida.
Uma lei que entrou em vigor recentemente naquele estado do sul dos Estados Unidos suspende o direito de voto de criminosos que cumpriram a pena de prisão à qual foram condenados, mas ainda têm multas ou custas judiciais a pagar.
Alguns desses ex-detidos têm dívidas de dezenas de milhares de dólares e a maioria não as pode pagar.
A nova lei pode impedir que votem até 750 mil pessoas, a maioria negra ou hispânica.
Michael Bloomberg, ex-autarca de Nova Iorque, que tentou sem sucesso este ano garantir a nomeação do Partido Democrata para a eleição presidencial, foi um dos principais contribuintes para o funcionamento do FRRC.
"O direito de votar é fundamental para a nossa democracia e nenhum americano deve ser privado desse direito", disse Bloomberg em comunicado. "Ao trabalhar com o FRRC, estamos determinados a pôr fim à desqualificação eleitoral e à discriminação que sempre a causou", explicou.
Mais de 44 mil pessoas nos Estados Unidos efetuaram doações, incluindo o ex-jogador de basquetebol Michael Jordan, a cantora cubano-americana Camila Cabello, o realizador Stephen Spielberg e a sua mulher, a atriz Kate Capshaw.
Os doadores também incluem as empresas Warner Music, Levi Strauss, MTV, Comedy Central e os clubes da NBA Orlando Magic e Miami Heat.
"A democracia que queremos não é uma democracia onde um americano é forçado a escolher entre colocar comida na mesa e votar", disse o diretor executivo da FRRC, Desmond Mead.
"Com esta operação, estamos a criar uma democracia mais inclusiva de que todos podemos orgulhar-nos", defendeu.
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