Doze distritos do continente estiveram hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave de uma escala de três) devido à previsão de agitação marítima, vento e queda de neve, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Devido à agitação marítima, os distritos de Faro, Setúbal e Beja estiveram sob aviso laranja até às 18h00 de hoje, enquanto Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga mantêm o aviso até às 00h00 de domingo, segundo o IPMA.

Entre quarta-feira e quinta-feira, os dois dias mais intensos quanto à passagem da depressão Martinho, a ANEPC contabilizou um total de 8.600 ocorrências em Portugal continental.

Portugal continental registou hoje, entre as 00h00 e as 17h00, mais de 660 ocorrências associadas à depressão Martinho, com principal incidência na Grande Lisboa, Área Metropolitana do Porto e Coimbra, segundo a Proteção Civil.

A passagem da depressão Martinho, com chuva, vento e agitação marítima fortes, provocou milhares de ocorrências no continente português, na maioria quedas de árvores e estruturas, sobretudo na madrugada de quinta-feira, quando vigoraram avisos meteorológicos laranja, o segundo nível mais grave.

Estradas, portos, linhas ferroviárias, espaços públicos, habitações, equipamentos desportivos, viaturas e serviços de energia e água foram afetados, em especial nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Sul, registando-se um ferido grave e perto de uma dezena de feridos ligeiros.

Na noite de quarta para quinta-feira, os ventos fortes ajudaram a propagar cerca de meia centena de incêndios rurais no Minho, sem registo de vítimas ou danos em habitações, numa época pouco propícia a fogos.

Em Espanha, a depressão Martinho também está a lançar o alerta. Além de Madrid — que fechou universidades e recomendou teletrabalho —, Ávila, em Castela e Leão, decretou o estado de emergência devido a inundações no sul da cidade.

Já na região de Castela La Mancha, há avisos em relação ao caudal do rio Tejo, que está "numa situação complicada" em diversas zonas, como acontece na região de Toledo.

A subida do Tejo em Toledo levou, por exemplo, a acionar a Unidade Militar de Emergências (UME) das Forças Armadas espanholas para proteger o Hospital Nacional de Paraplégicos, em redor do qual os militares ergueram um dique para conter as águas, usando sacos de areia.

Em Ávila, além da chuva que provoca inundações, os olhos estão postos nas montanhas. "Vimos os cumes esta manhã quando o céu estava limpo. Têm grande quantidade de neve acumulada e estamos à espera para ver se acontece esse degelo", explicou Jesús Manuel Sánchez Cabrera, autarca desta cidade.

A Confederação Hidrográfica do rio Douro (CHD), que supervisiona o principal rio da região e os seus afluentes, pôs em alerta vermelho o rio Adaja, em Ávila, e também o Eresma, em Segóvia.

*Com Lusa