“Esta é uma demissão que não nos admira”, afirmou Fernando Curto à agência Lusa, sublinhando que, “perante os factos, é uma situação normal”.
Perante “todos os dados que neste momento estavam a ser lançados, todas as situações que ocorreram, e que culminaram ontem [terça-feira] com a intervenção do Presidente da República, tudo levava a crer que a ministra se ia demitir ou ia ser demitida e foi isso que aconteceu”, disse Fernando Curto.
“Tudo isto foi mau de mais”, considerou o presidente da ANBP, aludindo à organização da Proteção Civil e “aos últimos acontecimentos em relação aos incêndios florestais” que culminaram com a morte de mais de 100 pessoas.
“Havia aqui uma situação que era muito difícil de se manter”, rematou.
Sobre o que espera do próximo responsável pela pasta da Administração Interna, Fernando Curto disse que deseja que “seja célere” nas “decisões e nas discussões com os bombeiros profissionais”.
Esperamos que “haja, de uma vez por todas, alguém com coragem para mudar” e reorganizar este setor que “infelizmente deu no que deu”, vincou.
“Ao longo destes anos todos, enquanto associação de bombeiros profissionais, fomos sofrendo um pouco na pele a demissão dos governantes”, porque os projetos que estão a ser discutidos para os bombeiros profissionais nunca ficam concluídos porque, “por qualquer motivo, o ministro ou o secretário de Estado sai” do cargo.
Para Fernando Curto, esta situação “é o corolário de muitos anos, de todos os governos, e de muitas situações que ocorreram e que terminaram infelizmente nas mortes” de 105 pessoas.
Contactada pela agência Lusa, a Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários remeteu para sexta-feira uma reação à demissão da ministra e aos incêndios que devastaram o país, explicando que não tecerá comentários durante o período de luto nacional.
A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, apresentou um pedido de demissão, que foi aceite pelo primeiro-ministro, anunciou hoje o gabinete de António Costa
Constança Urbano de Sousa diz na carta de demissão enviada ao primeiro-ministro que pediu para sair de funções logo a seguir à tragédia de Pedrógão Grande, dando tempo a António Costa para encontrar quem a substituísse.
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