Em declarações à Lusa, a presidente do Conselho de Administração, Eva Falcão, disse discordar de alguns “desabafos” apresentados pela responsável pelos serviços farmacêuticos do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPOLFG), sublinhando que tem sido feito investimento neste serviço.
Sobre os recursos humanos, lembrou que em dezembro de 2021 o IPO de Lisboa tinha 22 farmacêuticos, um ano depois 18 e em agosto deste ano eram 25.
Em declarações à Lusa, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Helder Mota Filipe, explicou que, por exemplo, a falta de recursos humanos pode impedir a dupla verificação (por segurança) na preparação de medicamentos citotóxicos (usados em oncologia) ou, para a manter, impedir “a realização de outras tarefas essenciais ou atrasar a produção de citotóxicos para o tratamento diário dos doentes, tanto os internados como os que estão em hospital de dia”.
Eva Falcão rejeitou que haja qualquer risco de segurança para os doentes e, sobre o investimento em meios físicos, apontou o investimento no “carrossel de refrigerados e embaladoras”, no sentido de “facilitar as condições de trabalho e automatizar cada vez mais os processos”.
“Consideramos que estamos a fazer um investimento numa área que é fundamental ao IPO, até pelas questões da própria terapêutica e da natureza dos doentes que temos, é uma área que acarinhamos muito e, portanto, não concordamos com alguns dos desabafos que a diretora dos serviços farmacêuticos refere no seu e-mail”, afirmou.
Reconheceu que o Conselho de Administração gostaria de ter mais farmacêuticos no serviço e lembrou que esta "também é uma área onde há escassez de profissionais": “Tudo temos feito para colmatar as necessidades e apostar nos serviços farmacêuticos e também na modernização dos serviços”.
O Serviço Farmacêutico do IPO Lisboa assegura os fármacos necessários ao tratamento da doença oncológica e a sua segurança e adequação a cada doente.
A preparação de quimioterapia é uma área forte de intervenção da farmácia, onde se preparam cerca de 80 mil medicamentos por ano.
No ambulatório são atendidos cerca de 220 doentes diariamente.
No IPO Lisboa, são também preparados e manipulados, medicamentos desenvolvidos em articulação com o corpo clínico sempre que é necessária uma solução mais personalizada, sem alternativas no mercado.
Em 2022, o IPO de Lisboa totalizou uma despesa com medicamentos na ordem dos 64 milhões de euros.
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