É à Câmara dos Representantes, de que ela é presidente, que cabe a responsabilidade de iniciar um processo de destituição ou impugnação de mandato (‘impeachment’).
“[Um processo de] destituição dividiria de tal forma o país que, a menos que haja alguma coisa de verdadeiramente convincente e esmagador e que seja apoiado pelos dois partidos (Democrata e Republicano), não acho que devamos escolher esse caminho, porque isso divide o país. E ele simplesmente não vale a pena”, defendeu.
“Não sou a favor da impugnação de mandato”, sublinhou Nancy Pelosi.
Desde que assumiram o controlo da Câmara dos Representantes, a câmara baixa do Congresso norte-americano, em janeiro, os Democratas iniciaram muitos inquéritos parlamentares visando Donald Trump e a sua equipa, que poderiam servir de fundamento para um processo de destituição.
Em paralelo, o procurador-especial, Robert Mueller, que investiga há quase dois anos as suspeitas de conluio entre a direção de campanha de Trump e Moscovo em 2016, poderá em breve apresentar as suas conclusões.
Mas como Nancy Pelosi tinha já dado a entender, a menos que essas investigações sejam realmente conclusivas, os líderes Democratas preferem, por enquanto, evitar a perspetiva de um processo de ‘impeachment’.
Alguns estrategas temem que uma tal iniciativa galvanizasse as bases Republicanas antes das próximas eleições presidenciais, em novembro de 2020, e preferem vencer o magnata Republicano nas urnas.
O apelo para lançar um processo de destituição é, todavia, mais forte na ala progressista do Partido Democrata, nomeadamente entre vários congressistas estreantes muito mediáticos.
Por agora, qualquer tentativa de destituir o 45.º Presidente dos Estados Unidos não irá longe: apesar de os Democratas estarem em posição de aprovar a sua acusação na Câmara dos Representantes (onde têm maioria), é no Senado, controlado pelos Republicanos, que ele seria em seguida julgado.
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