“Detivemos um militar das forças especiais como suspeito de ter provocado a catástrofe que aconteceu no acampamento de Nkuantoma, mas para tranquilidade de todos a investigação continua aberta”, escreveu Teodoro Nguema Obiang, conhecido como ‘Teodorin’, numa publicação na sua conta na rede social Twitter.
Numa publicação posterior, sublinhou que as investigações às causas da explosão continuam.
“Queremos saber o que na realidade se passou para evitar que se repita este tipo de sinistros no nosso país”, disse.
A cidade portuária de Bata, na parte continental da Guiné Equatorial, foi abalada no domingo por uma série de explosões num quartel militar, que provocaram a morte a pelo menos 105 pessoas e ferimentos em outras 615, além de um número indeterminado de desalojados e avultados danos materiais.
Imediatamente após as explosões, o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, anunciou ter pedido às instâncias competentes para conduzirem uma investigação, afirmando que foram causadas por queimadas em “terras próximas” e por “negligência da unidade” encarregada de proteger os explosivos.
Duas organizações não-governamentais (ONG) de defesa dos direitos humanos pediram uma investigação independente às explosões de domingo.
Por seu lado, o partido opositor ilegalizado Cidadãos pela Inovação (CI) da Guiné Equatorial exigiu uma investigação judicial à instalação e gestão dos arsenais militares em todo o país, considerando que há indícios de “negligência grave” que deveriam levar à demissão do Governo.
Antiga colónia espanhola, governada há 42 anos por Teodoro Obiang, a Guiné Equatorial, um país rico em recursos, mas com largas franjas da população abaixo do limiar da pobreza, integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.
Desde a independência de Espanha em 1968, a Guiné Equatorial, um dos principais produtores de petróleo de África, é considerado pelos grupos de direitos humanos como um dos países mais repressivos do mundo, devido a acusações de detenções e torturas de dissidentes e alegações de fraude eleitoral.
Obiang, 78 anos, governa o país com mão de ferro desde 1979, quando derrubou o tio Francisco Macias num golpe de Estado, e é o Presidente com o mandato mais longo do mundo.
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