Os últimos números da DGS davam conta de 11 casos confirmados e 12 em fase de investigação desde janeiro.
Hoje, em declarações aos jornalistas, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, salientou no entanto que não há que temer “uma epidemia em grande escala” nem preocupante, porque pessoas com mais de 40 anos tiveram a doença e por isso estão imunes e os mais jovens também estão imunizados pela vacina.
Dos 15 casos confirmados, precisou o responsável, sete são no Algarve e os restantes na região de Lisboa e o único preocupante é o de uma jovem adolescente internada no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e que corre perigo de vida.
O diretor-geral falou apenas de um caso grave e explicou que em média por cada 100 casos de sarampo há um “que pode não correr bem”. “A jovem está estável mas numa condição muito difícil em termos de prognóstico”, disse.
Francisco George aconselhou a vacinação das crianças a partir dos nove meses e defendeu que em Portugal se devia fazer um debate sobre a vacinação, para perceber se há pais que não vacinam os filhos e porque não o fazem.
José Gonçalo Marques, pediatra, da comissão técnica de vacinação da DGS, disse que as crianças são o grupo mais afetado no atual surto e salientou que não se trata de uma epidemia no sentido de que a população esteja em risco.
“O (combate ao) sarampo requer uma vacinação superior a 95%. Começamos a ter pais que recusam a vacinação dos filhos. Não atingindo os 95% pode afetar algumas pessoas, incluindo as que não podem ser vacinadas, como grávidas ou imunodeprimidos”, explicou.
O especialista também defendeu que é preciso debater a questão da vacinação em Portugal, nomeadamente o direito que os pais têm de não vacinar os filhos mas também o direito que as crianças têm de ser vacinadas.
[Notícia atualizada às 20:28]
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