Numa informação disponível no seu ‘site’, a Direção-Geral da Saúde (DGS) indica, citando dados provisórios, que desde janeiro deste ano observou-se um aumento progressivo do número de internamentos hospitalares, relacionado com o Parvovírus, com aparente pico em março.
“Estima-se que 30-40% das mulheres grávidas podem ser suscetíveis à infeção. A infeção nas primeiras 20 semanas de gestação pode conduzir a resultados adversos graves para o feto, como anemia, hidrópsia fetal e morte intrauterina, em até 10% dos casos”, adverte a DGS.
Assim, a DGS recomenda aos profissionais de saúde que informem as grávidas sobre a transmissão do parvovírus B19 e incentivem à adoção de medidas de precaução para evitar a sua disseminação, em particular quando existir contacto com familiares em idade escolar, e no contexto laboral com crianças em idade escolar.
Recomendam igualmente nas consultas de vigilância da gravidez e noutros contextos de prestação de cuidados de saúde na gravidez, solicitar informação à grávida sobre exposição a caso de infeção.
Nas consultas de vigilância de saúde infantil e juvenil ou noutros contextos de prestação de cuidados pediátricos, perante um diagnóstico de parvovírus B19, os profissionais devem perguntar se houve contacto recente com uma mulher grávida, em particular no agregado familiar.
Nas situações de exposição a grávida deverá ser referenciada para consulta de vigilância nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) ou para Obstetrícia e devem ser pedidos exames.
Em crianças, o sintoma mais frequente é o eritema infeccioso, caracterizado por um quadro febril de mal-estar, com mialgias, diarreia e cefaleias, enquanto nos adultos, é a poliartralgia periférica das mãos, punhos, joelhos e tornozelos, podendo afetar até 50% das mulheres grávidas não imunes infetadas.
De acordo com a DGS, cerca de dois terços da população são imunes à infeção pelo parvovírus B19, devido a infeções anteriores (15% das crianças pré-escolares, 50% dos adultos e 85% dos idosos).
Em 05 de junho, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) alertou para o aumento substancial de casos de infeção pelo parvovírus B19 em nove países da União Europeia desde março de 2024.
“A avaliação de risco do ECDC identificou as mulheres grávidas como um grupo populacional com risco, avaliado como baixo a moderado, pela suscetibilidade à infeção e pela gravidade do quadro clínico numa pequena percentagem de grávidas infetadas, e pelo impacto que a infeção pode ter no feto, em especial quando a infeção ocorre em gestações com menos de 20 semanas”, indica a DGS.
O ECDC refere que os dados a nível europeu são limitados, uma vez que o parvovírus B19 não faz parte da vigilância de rotina a nível nacional em muitos países da União Europeia, incluindo Portugal.
"Embora na maioria dos casos o desfecho da gestação seja favorável, a infeção pode levar a complicações em 1 a 5% dos casos, pelo que deve ser dada particular atenção às manifestações clínicas, diagnóstico e referenciação, caso necessário", indica a DGS.
O parvovírus B19 transmite-se por gotículas respiratórias, contacto mão-boca, produtos derivados de sangue, transplante de medula óssea ou via transplacentária.
O vírus tem um período de incubação de quatro a 14 dias após a exposição, mas pode durar até três semanas e o doente é considerado infeccioso durante cinco dias, podendo ser assintomática.
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