“O objetivo do Plano Nacional de Saúde [PNS] é ir ao encontro das pessoas”, pois a DGS não pretende que seja apenas um documento estratégico, mas que possa “ser vertido naquilo que são experiências locais e experiências também regionais”, adiantou à Lusa a diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado.
“A comunidade, o nível local, aquilo que muitas vezes designamos pelos atores do terreno são, sem dúvida alguma, aqueles que fazem a verdadeira diferença para a saúde das populações. E é isto que queremos alavancar”, destacou Rita Sá Machado.
A diretora-geral da Saúde disse que Leiria foi o ponto de partida para um ‘roadshow’ que levará o PNS a outras regiões, nomeadamente, Bragança, Almada, Lagos, Évora e às regiões autónomas da Madeira e dos Açores, adiantando que o PNS irá juntar os diferentes programas de saúde que já estão implementados e perceber de que modo podem contribuir para alcançar os objetivos nos próximos cinco anos.
Rita Sá Machado concretizou que o objetivo é “melhorar a saúde e o bem-estar das populações e isso verte-se em indicadores como a diminuição da mortalidade por doenças cárdio-cerebrovasculares ou a diminuição da mortalidade por cancro”.
O PNS assenta também na prevenção e promoção da saúde, o que irá unir todos à “saúde sustentável”.
“Se olharmos para aquilo que sabemos que podemos alcançar, juntando a saúde, o ambiente, a educação, a ação social, todas estas áreas vão-nos ajudar a contribuir para melhorar os indicadores de saúde e, por isso mesmo, é de extrema importância termos esta aproximação entre os diferentes níveis”, reforçou.
No final do plano, o Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge irá fazer a avaliação a uma década.
Rita Sá Machado afirmou que o PNS 2030 “não é uma estrutura do Ministério da Saúde, que está numa esfera completamente diferente”.
“É, ou tem de ser, colocado em tudo aquilo que fazemos no nosso dia-a-dia, enquanto gestores enquanto profissionais de saúde, enquanto parceiros. A saúde sustentável é uma responsabilidade de todos e de cada um”, disse.
A diretora-geral defendeu a interligação do PNS com os planos locais de saúde, “que se mantêm como os instrumentos de planeamento que são estruturantes para a saúde”, nomeadamente para as Unidades Locais de Saúde (ULS), para os municípios e para as regiões.
“Neste novo ecossistema que temos com as ULS, os planos locais de saúde “são uma bússola mais importante para aquilo que se irá fazer”, pois são estratégicos, sinergéticos e orientadores.
Para Rita Sá Machado o plano local de saúde tem de ser construído “em conjunto com os parceiros, quer sejam os municípios, o setor social, ambiental, educação, forças de segurança, artes, comunidades de fé ou associações de doentes, todos eles deverão participar”.
O presidente do conselho de administração da ULS da Região de Leiria, Licínio de Carvalho, considerou que a estratégia do PNS “consagra a resiliência do sistema de saúde como um domínio prioritário, visando um melhor equilíbrio demográfico, maior inclusão, menor desigualdade, promovendo a prevenção de doenças e estilos de vida saudáveis e garantindo a universalidade do acesso e o aumento da qualidade dos serviços de saúde”.
Para Licínio de Carvalho, esta iniciativa de “auscultação das necessidades do território, da apresentação de propostas locais e nacionais de estímulo à elaboração de planos locais de saúde deve ser reconhecida à direção-geral da saúde o mérito inerente”.
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