O jornal Expresso noticiou hoje que 12 pessoas já pediram ajuda em Portugal para serem tratadas por dependência de fentanil — um analgésico opioide altamente viciante e que está a causar uma “epidemia” de mortes por overdose nos EUA.
Contactada pela Lusa sobre a circular em vigor – que é de 2008 e diz que apesar de não haver dados suficientes “parecem não se confirmar os receios de tolerância e da adição induzidos por estes medicamentos” — a DGS respondeu: “Tendo por referência os dados epidemiológicos e evidencia científica disponíveis (…) vai rever a circular informativa”.
Do outro lado do Oceano Atlântico, o fentanil é atualmente a droga mais mortífera nos Estados Unidos. Segundo os Centros para a Prevenção e Controlo de Doenças, as mortes por overdose de fentanil aumentaram mais de sete vezes entre 2015 e 2021. Só em 2021, o consumo de fentanil resultou diretamente na morte de 70.601 pessoas nos Estados Unidos, ou seja, 193 por dia.
Mais de 100 mil mortes por ano foram ligadas a overdoses de drogas desde 2020 e cerca de dois terços delas estão relacionadas com fentanil. O número de mortes devido a drogas é dez vezes maior que em 1988, na altura do flagelo provocado pelo ‘crack’ (cocaína solidificada em cristais). Segundo a Drug Enforcement Administration (DEA), o fentanil é agora a causa número um de morte entre americanos com menos de 50 anos.
Os impactos do fentanil tomaram proporções de tal ordem que levaram os EUA a criar uma nova força contra o tráfico desta droga em particular e a reunir consenso bilateral entre o país, o México e a China.
*Com Lusa.
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