Em 2021, o parlamento aprovou um programa para fabricar barcos patrulha para renovar a frota sobretudo a fim de assegurar missões de vigilância e com objetivos ambientais no Mar Báltico.
No entanto, o ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, reconheceu, em comunicado hoje divulgado, que “a situação de segurança mudou significativamente” nos últimos anos.
Embora tenha sublinhado que o Báltico continua a ser uma prioridade, o Governo acredita que a integração da Suécia e da Finlândia na NATO significa que o envolvimento de países vizinhos na mesma área aumentou, pelo que a Dinamarca pode concentrar-se mais no norte.
O ministro salientou ainda que estas alterações não significam deitar fora o trabalho feito até agora, já que, como se trata de “uma reorientação”, pode aproveitar-se o ‘design’, não sendo necessário começar do zero, o que levaria “muito tempo”.
A Dinamarca já tinha avisado na segunda-feira que vai disponibilizar 14,6 mil milhões de coroas dinamarquesas (2 mil milhões de euros) para reforçar a presença do seu exército no Ártico e no Atlântico Norte, no âmbito de um primeiro acordo assinado com os seus territórios autónomos da Gronelândia e das Ilhas Faroé.
O novo Presidente norte-americano, Donald Trump, deu a entender, por diversas vezes, que quer controlar a Gronelândia, no âmbito de uma nova estratégia expansionista que inclui também o Canal do Panamá.
No entanto, tanto o Governo central dinamarquês como o da Gronelândia sublinharam que ficar sob controlo dos EUA está fora de questão.
Uma sondagem hoje divulgada mostrou que 85% dos gronelandeses não querem deixar a união com a Dinamarca para passarem a fazer parte dos Estados Unidos.
Na sondagem, publicada pelo diário dinamarquês Berlingske e pelo diário da Gronelândia Sermitsiaq, apenas 6% querem que a ilha do Ártico passe a pertencer aos EUA, com 9% de indecisos.
Quase metade dos inquiridos vê o interesse de Donald Trump na Gronelândia como uma possibilidade, enquanto um número semelhante o vê como uma ameaça.
A Gronelândia tem estado sob os holofotes nas últimas semanas depois de Donald Trump ter dito que a aquisição da ilha é uma necessidade estratégica para os Estados Unidos e que não descarta ações estratégicas ou sanções económicas contra Copenhaga se não for vendida.
Desde 2009, a Gronelândia goza de um novo estatuto de autonomia que reconhece o seu direito à autodeterminação.
A maioria dos partidos e a população apoiam a separação da Dinamarca, mas metade do orçamento da ilha depende da sua ajuda anual.
Comentários