De acordo com a CNN Portugal, que teve acesso à missiva de demissão, esta decisão irá permitir "que a nova Tutela possa executar as políticas e as medidas que considere necessárias, com a celeridade exigida, evitando que a atual DE-SNS possa ser considerada um obstáculo à sua concretização".
“Respeitando o princípio da lealdade institucional, irei apresentar à senhora ministra da Saúde, em conjunto com a equipa que dirijo, o pedido de demissão do cargo de diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde”, adiantou Fernando Araújo em comunicado.
“Clarificamos que não pretendíamos indemnizações legais. Cada elemento da equipa tem uma vida profissional anterior, quatro de nós no SNS, um no Ministério das Finanças e outro em atividade privada, e que não pretendíamos onerar em qualquer circunstância o bem público”, garantiu ainda o médico.
Fernando Araújo deixa claro que a saída antecipada surge depois de uma reunião com o Governo, a única com o Ministério da Saúde, e da qual não terá havido um entendimento para a continuidade de funções.
O antigo presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João, no Porto, esclarece que essa reunião serviu para mostrar a 'abertura para a continuidade de funções, no sentido de ser terminada a reforma em curso, mas, naturalmente, estávamos ao dispor da nova equipa governativa, se ela entendesse mudar as políticas e os rostos do sistema'", lê-se.
“A DE-SNS é um órgão técnico, um instituto público do Estado, que tem de estar acima de questões políticas ou agendas partidárias, e que executa políticas públicas determinadas pelo Governo”, salientou ainda o comunicado assinado por Fernando Araújo.
Esta “difícil decisão” permitirá que a nova tutela possa “executar as políticas e as medidas que considere necessárias, com a celeridade exigida, evitando que a atual DE-SNS possa ser considerada um obstáculo à sua concretização”.
Fernando Araújo adiantou que sai, em conjunto com a sua equipa, com a noção de que não foi feito “tudo o que tinha sido planeado” e que cometeram “seguramente erros”, mas o “tempo foi sempre curto para executar uma reforma desta dimensão”.
“No entanto, os primeiros sinais são bastante positivos e mais favoráveis do que as previsões que tinham sido inicialmente inscritas nos instrumentos de planeamento”, referiu o médico, que vai agora, de “forma tranquila”, voltar à atividade assistencial, de docente e de investigação, como médico do SNS e professor universitário.
Depois de agradecer aos profissionais com quem trabalhou a sua disponibilidade e empenho, Fernando Araújo deixou uma “palavra pessoal de reconhecimento ao XXIII Governo” e ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “por todo o apoio manifestado desde o primeiro dia, de forma pessoal e pública”, que diz guardar “com enorme honra e respeito”.
Com Lusa.
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