De acordo com a CNN internacional, a Disney reverteu a decisão de uma ação por homicídio negligente, movida pelo viúvo de uma mulher que morreu após comer num restaurante de um dos parques temáticos da multinacional na Flórida, nos Estados Unidos da América. Agora o caso pode, finalmente, chegar a tribunal.

Corria o ano de 2023 quando Kanokporn Tangsuan, esposa falecida de Jeffrey Piccolo, sofreu uma reação alérgica fatal devido a uma refeição feita no parque. Após o sucedido, Piccolo entrou com um processo em tribunal.

De acordo com a Lei de Morte Injusta da Flórida, devido a danos por dor e sofrimento mental, perda de companhia e proteção, perda de renda e despesas médicas e funerárias, o homem exigiu uma indemnização superior a 50.000 dólares (pouco mais de 45 mil euros).

A Disney, no entanto, tentou que o caso fosse arquivado, solicitando que o mesmo não chegasse a ser apresentado a um juiz e fosse transferido para a arbitragem tributária.

Aproveitando que o homem era subscritor do serviço de streaming Disney+ há alguns anos, a Walt Disney Parks and Resorts argumentou que Jeffrey não poderia processar a empresa pela morte "injusta" da sua esposa. Isto porque o contrato de subscrição implica "que os utilizadores arbitrem todos os processos da Disney".

Já Piccolo defendeu-se do argumento, garantindo que apenas se inscreveu num teste gratuito de streaming com a duração de um mês, cancelando a subscrição mesmo antes de esta lhe ser cobrada.

Por outro lado, Piccolo utilizou o site dos parques da Walt Disney para comprar os bilhetes para o Epcot Center, o que, segundo os advogados da multinacional, protegeria a Disney.

Em resposta, o advogado de Jeffrey Piccolo, Brian Denney, considerou o argumento da empresa "absurdo e tão escandalosamente irracional e injusto" que "chocava a consciência judicial".

Já esta segunda-feira, a empresa voltou atrás na sua decisão. O presidente da Disney Experiences, Josh D'Amaro, disse ao canal norte-americano que a empresa renunciava o seu direito de arbitragem, deixando nas mãos do tribunal a decisão final sobre o processo.

“Na Disney, nós esforçamos-nos para colocar a humanidade acima de todas as outras considerações. Com circunstâncias tão únicas como as deste caso, acreditamos que esta situação justifica uma abordagem sensível para agilizar uma resolução para a família que sofreu uma perda tão dolorosa”, disse.

“Por isso, decidimos renunciar o nosso direito à arbitragem e levar o assunto adiante no tribunal", acrescentou D'Amaro.