No seguimento do que fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) perante um aumento alarmante do número de casos de sarampo na Europa no ano passado, a DGS tem vindo a reiterar o seu apelo para a vacinação, recordando que “o sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas, podendo provocar doença grave em pessoas não-vacinadas”.
Em Portugal são já dois os casos registados este mês, ambos na região de Lisboa.
O que se sabe do primeiro caso?
O primeiro diagnóstico de um caso importado de sarampo na região de Lisboa e Vale do Tejo foi notificado no dia 10 de janeiro, através da confirmação laboratorial pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Em comunicado, a DGS indicou que o caso de sarampo foi diagnosticado numa criança de 20 meses não-residente em Portugal e não vacinada, que se encontrava hospitalizada e “clinicamente estável.
Nessa altura, não havia qualquer indicação de contágio.
E o segundo caso?
Segundo anunciado esta sexta-feira, o segundo caso tem relação com o primeiro, já que foi detetado no dia de ontem numa criança que teve contacto com o bebé infetado.
A criança de sete anos, não residente em Portugal e não vacinada, “teve contacto próximo, durante o período de transmissibilidade, com o caso importado confirmado a 11 de janeiro” e é considerado “um caso secundário”.
A criança está bem e já estava em quarentena após confirmação do primeiro caso.
“Considerando o contexto internacional de surtos ativos de sarampo na Europa, a confirmação de dois casos de sarampo em Portugal, e a sensibilização dos serviços de Saúde para a deteção precoce da doença, é expectável o aparecimento de casos suspeitos nos próximos dias”, informa a DGS num comunicado hoje divulgado.
Como se transmite?
O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto, através de gotículas infecciosas ou por propagação no ar, quando a pessoa infetada tosse ou espirra, e os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea.
Quais os sintomas?
Os sintomas da doença aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois de a pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (que avança da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal.
O que fazer se estiver em contacto com um infetado?
A Direção-Geral de Saúde explica o que fazer: “Se esteve em contacto com um caso suspeito de sarampo e tem dúvidas [ou] se tem sintomas sugestivos de sarampo, evite o contacto com outros e ligue para a linha SNS 24”.
Como evitar o contágio?
A resposta está nas vacinas. Em Portugal, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação, estão previstas duas doses para crianças e adultos nascidos após 1970.
Há muitas pessoas sem esta vacina?
Sim. Milhões de crianças estão sem a primeira dose da vacina contra o sarampo, a maioria nos continentes africano e asiático, que são as regiões mais afetadas por surtos desta doença.
Segundo um documento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), os casos de sarampo aumentaram 18% em 2022 e as mortes subiram 43% em todo o mundo, em relação ao ano anterior.
O número estimado de casos de sarampo foi de nove milhões, dos quais 136.000 mortais, atingindo principalmente as crianças.
No ano passado, 37 países registaram surtos de sarampo “grandes ou perturbadores” (22 em 2021), dos quais 28 se situam na região da OMS para África, seis no Mediterrâneo oriental, dois no sudeste asiático e um na região europeia.
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