“Fulgencio Obiang Esono, que vivia em Itália, e Francisco Eko Micha, que vivia em Espanha há vários anos, vieram ao Togo para, ao que parece, tratar de negócios, e foi lá que foram detidos e levados para Malabo”, declarou o advogado, Fabian Nsue Nguema.
Os motivos deste sequestro e da detenção dos dois homens, estranhos aos movimentos políticos da oposição no exílio, não estão ainda esclarecidos.
“Na minha qualidade de defensor dos direitos fundamentais das pessoas, tive acesso a uma informação que confirma a presença na prisão de Black Beach de Fulgencio Obiang Esono e de Francisco Eko Micha”, acrescentou o advogado, afirmando que eles estão a ser “submetidos a graves torturas, sem assistência médica nem acesso a um advogado”.
Fabian Nsue Nguema, que diz ter entrado em contacto com as famílias dos dois detidos, pediu às autoridades competentes para assegurar a defesa deles.
O sequestro dos dois homens e a sua prisão não foram nem confirmados nem desmentidos pelas autoridades, quase três semanas após as primeiras informações divulgadas sobre este caso.
Malabo multiplicou o número dos seus efetivos dos serviços secretos no estrangeiro depois de uma tentativa de golpe de Estado que o regime do Presidente, Teodoro Obiang Nguema, afirma ter frustrado em dezembro de 2017, segundo fontes concordantes.
Um antigo tenente-coronel, tesoureiro-chefe das Forças Armadas e da Segurança na parte continental da Guiné Equatorial, Cipriano Nguema Mba, libertado em meados de outubro, por ocasião de um indulto presidencial, depois de ter sido em 2014 condenado a 27 anos de prisão por “tentativa de golpe de Estado”, foi sequestrado duas vezes, nos Camarões em 2008 e na Nigéria em 2013.
Em 2010, quatro ex-oficiais do exército sequestrados no Benim foram executados em Malabo após um julgamento sumário.
O regime do Presidente Obiang é regularmente acusado pelos seus opositores e por organizações não-governamentais de graves violações dos direitos humanos.
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