Naquele que é o primeiro debate da nova legislatura (2019-2024) e tendo como tema central as últimas cimeiras realizadas em Bruxelas, Tusk destacou o envolvimento do Parlamento Europeu no processo de escolhas dos novos líderes europeus, que considerou “boas escolhas”, e disse que a discussão sobre qual a instituição que tem mais legitimidade democrática não faz sentido.
“Para alguns, o Parlamento representa a genuína democracia europeia, dado os seus membros serem diretamente eleitos, enquanto para outros é o Conselho Europeu, dada a forte legitimidade democrática dos líderes. Na verdade, estas disputas não fazem sentido, porque ambas as instituições são democráticas. No fim, temos que nos respeitar mutuamente e cooperar”, declarou, acrescentando que foi por isso que, no processo de conversações, se encontrou com representantes dos grupos políticos da assembleia “muitas vezes”.
Manifestando-se “feliz e orgulhoso” por, “pela primeira vez na história, o Conselho Europeu ter nomeado duas mulheres e dois homens para liderar as instituições-chave” da UE, alcançando “o equilíbrio de género perfeito”, Tusk apelou a um envolvimento dos Verdes, a quarta maior família política, no processo de decisão europeu.
“Durante o processo de nomeações, estive em contacto próximo com a liderança dos Verdes, em particular com Ska Keller e Philippe Lambert. Acredito profundamente que a cooperação com os Verdes e a sua presença nos corpos de decisão da UE beneficiarão não só a coligação governativa como a Europa como um todo. Por isso, apelo a todos os meus parceiros para envolverem os Verdes nas negociações, ainda que não haja nenhum líder no Conselho deste partido”, afirmou.
“Espero que a recém-designada (presidente da Comissão) Ursula von der Leyen também oiça o meu apelo, e, de resto, vou passar-lhe diretamente esta mensagem ainda hoje”, disse.
Apesar de, na quarta-feira, o Parlamento Europeu ter elegido o seu novo presidente, o socialista italiano David Sassoli, respeitando o compromisso alcançado pelo Conselho Europeu na terça-feira – que contemplava a eleição, para a primeira metade da legislatura, de um socialista, seguido de uma personalidade do PPE -, os eurodeputados das diferentes bancadas, incluindo os Verdes, estão profundamente descontentes por os líderes dos 28 terem ignorado o modelo do ‘spitzenkandidat’ na designação de Ursula von der Leyen para presidente da Comissão.
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia chegaram a acordo na terça-feira sobre as nomeações para os cargos institucionais de topo, indicando a atual ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen, para a presidência da Comissão Europeia.
Além da nomeação de Von der Leyen, que terá que ser confirmada pelo Parlamento Europeu, os líderes dos Estados membros indicaram ainda o primeiro-ministro belga em funções, o liberal Charles Michel, para a presidência do Conselho Europeu, o ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, o socialista Josep Borrell, como Alto Representante da UE para a Política Externa, e ainda a francesa Christine Lagarde para o Banco Central Europeu.
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