Das 12 pessoas, cinco foram consideradas culpadas de matar MacDonald Masambuka, de 22 anos, em plena onda de assassínios de albinos, na qual 40 pessoas foram mortas e outras 145 atacadas, nos últimos anos.
O irmão da vítima, o padre, o polícia e um funcionário do hospital foram considerados culpados de vender ou comprar partes de corpos humanos.
“O senhor MacDonald foi traído por aqueles em quem confiava, isto é, o irmão, o padre, o polícia e o funcionário do hospital”, disse à AFP o procurador Steve Kayuni.
Durante vários anos, a partir do final de 2014, o Malaui tem assistido a uma onda de ataques a albinos, cujos corpos são desmembrados e usados em rituais de feitiçaria, alimentando a crença de que trazem boa sorte e saúde.
Na sentença, o tribunal conclui que os 12 foram coniventes para realizar o assassínio de Masambuka e remover os seus ossos, pensando em obter lucro financeiro com isso.
“Esta é uma violação do direito à vida humana e a maior violação do direito à vida e à integridade das pessoas com albinismo”, disse a juíza Dorothy NyaKaunda Kamanga.
MacDonald Masambuka foi morto depois do irmão lhe armar uma armadilha, fazendo-o acreditar que amigos haviam encontrado uma mulher para ele se casar.
A leitura das sentenças foi agendada para 31 de maio.
Há cerca de vinte casos de homicídio, tentativa de homicídio, exumação de albinos em tribunais do Malaui, de acordo com o procurador.
De acordo com Ikponwosa Ero, ativista e ex-relator da ONU sobre albinismo, o Malaui tem um “sério problema de segurança para os albinos”.
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