Tori Towey, que trabalha como hospedeira na companhia dos Emirados Árabes Unidos, terá sido alegadamente atacada num incidente doméstico violento, ficando com hematomas graves e outros ferimentos.

No entanto, segundo o The Guardian, a mulher irlandesa de 28 anos foi, ao invés, detida pelas autoridades e levada para uma esquadra, onde foi informada das acusações de tentativa de suicídio e de abuso de álcool.

A hospedeira mudou-se para o Dubai em abril de 2023 com a sua mãe, Caroline, e vivem num apartamento arrendado. De acordo com a ONG "Detained in Dubai" — que presta apoio jurídico a pessoas detidas nos Emirados Árabes Unidos — diz que Towey foi alvo de "uma campanha de abuso físico, psicológico e financeiro" por parte do marido sul-africano que conheceu no trabalho.

Towey, que aguarda julgamento a 18 de julho, está efetivamente isolada de apoio internacional, apesar das tentativas de ajuda da classe política irlandesa e de instituições cívicas. A líder do partido Sinn Féin, Mary Lou McDonald, que a tem apoiado, disse ao parlamento irlandês esta terça-feira que o passaporte de Towey foi retido e que não pode regressar à Irlanda.

Simon Harris, o taoiseach da Irlanda (cargo equivalente ao de primeiro-ministro), ainda não obteve conhecimento oficial do caso, mas disse aos deputados estar pronto a "intervir" depois do Sinn Féin ter levantado a questão junto do ministério dos Negócios Estrangeiros irlandês.

"Não estou diretamente ao corrente da situação, mas estou muito satisfeito por estar agora ao corrente da mesma", afirmou, dizendo-se disponível para trabalhar com McDonald para "intervir e ver como podemos apoiar uma cidadã irlandesa naquilo que parecem ser — com base no que me diz — circunstâncias terríveis".

Radha Stirling, directora executiva do Detained in Dubai, que está a apoiar a família, afirmou que está a pedir às autoridades do país para que retirem as acusações, revoguem a proibição de viajar e deixem Towey voar para casa com a mãe.