“É curioso verificar que na Finlândia, embora os alunos considerem ter apoio dos professores (85%), poucos são os que dizem estar felizes na escola (10%)”, lê-se no documento editado anualmente pelo Conselho Nacional de Educação, órgão consultivo do governo.
A Polónia e a Holanda são os países onde menos alunos afirmam ter um bom relacionamento com os professores (apenas 35%) e os estudantes espanhóis são "os que mais se consideram felizes" (cerca de 35%).
O estudo recorre a dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) de 2012, ano em que pela primeira vez foi colocada aos alunos esta questão.
Os países onde mais alunos discordaram totalmente da afirmação "sinto-me feliz na escola" foram a República Checa (37%), a Finlândia (33%) e a Polónia (32%).
"Contrariante, Espanha 13% e Portugal (14%) são os países onde menos alunos discordam totalmente com esta afirmação", lê-se no documento.
A grande maioria dos alunos sente-se integrada na escola, já que cerca de 95% discordou da afirmação relativa a sentir-se “posto de parte pelos colegas”.
O caso das escolas inseridas em meios socioeconómicos mais desfavorecidos e com resultados baixos é “o mais preocupante”, na medida em que há “um aumento acentuado” de alunos que não se sentem integrados, de 5% para 12%, sublinham os autores do estudo.
Já nas escolas com resultados acima do valor de referência (500 pontos) e onde o Estatuto Socioeconómico e Cultural é superior à média da OCDE, “assistiu-se a um aumento de apenas dois pontos percentuais nos alunos que se sentem excluídos e os resultados baixaram ligeiramente”.
Os analistas constataram uma maior prevalência de alunos infelizes em escolas onde tanto o Estatuto Socioeconómico e Cultural como a pontuação no PISA a Matemática são baixos.
Em metade das escolas inseridas nestes meios e com piores resultados “há mais de 15% de alunos infelizes”, lê-se no relatório.
Nos mesmos meios, mas com resultados escolares melhores, apenas 35% das escolas tem mais de 15% de alunos infelizes.
“Este padrão observa-se em apenas 25% das escolas cujo meio é mais favorável e os resultados são melhores”, concluem os autores do estudo.
Os alunos com melhores resultados sentem-se também menos nervosos, na generalidade dos países analisados.
Portugal, de acordo com um estudo da rede de investigação internacional HBSC (Health Behaviour in School-aged Children), apresentou em 2013-2014 uma pequena percentagem de raparigas de 15 anos que referiu gostar muito da escola (11%), sendo o quarto valor mais baixo entre os países da OCDE que têm participado nestes questionários.
Os rapazes apresentam um valor superior em três pontos percentuais.
A Eslovénia e a Polónia foram os países em que mais aumentou a percentagem de alunos que declarou gostar muito da escola.
Os alunos que mais gostam da escola são também os que sentem menos pressão com os trabalhos.
Quanto aos dados relativos a comportamentos de provocação/agressão (bullying), Portugal tem vindo a apresentar um decréscimo, mas ainda estava em 2013-2014 entre os países com percentagens mais elevadas de situações reportadas (inferior a 10% para as raparigas e superior a 10% para os rapazes).
Neste parâmetro foram considerados 24 países da OCDE.
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