De acordo com uma nota do grupo de projeto da JMJ, estiveram envolvidos na elaboração da primeira fase do Plano de Mobilidade, que terminou na sexta-feira, os municípios onde se irão realizar os eventos centrais da jornada — Lisboa, Loures e Oeiras —, operadores de transporte público ferroviário, fluvial e rodoviário, dioceses de acolhimento (Lisboa, Santarém e Setúbal), o gestor das infraestruturas rodoviárias e ferroviárias nacionais e as forças de segurança.

As caminhadas fazem parte da filosofia da JMJ, explicou hoje numa conferência de imprensa o coordenador do Grupo de Projeto para a JMJ, José Sá Fernandes, acrescentando Isabel Pimenta, da empresa VTM, que está a preparar o plano, que “é positivo que os jovens façam grandes caminhadas a pé”, deslocações que serão superiores ao normal.

“A importância da componente pedonal tem a ver com o tipo de evento” e com as restrições, “porque as capacidades são limitadas”, disse Isabel Pimenta, explicando que o que está pensado é que as caminhadas “sejam razoáveis”, daí o número dos 10 quilómetros.

“Não vamos ter ninguém a andar a pé de Cascais para Lisboa”, disse, salientando também que não há obrigatoriedade em se andar a pé, ou num determinado meio de transporte, sendo certo que os transportes públicos têm uma capacidade limitada.

Os dois responsáveis apresentaram hoje em Lisboa o Plano de Mobilidade para a JMJ, depois de estarem já envolvidos, como disseram, todos os parceiros, desde os municípios à totalidade de operadores de transporte público, das dioceses de acolhimento aos gestores de infraestruturas rodoviárias e ferroviárias e forças de segurança.

Quantos participantes são esperados? 

Salientando a magnitude da JMJ, que trará a Portugal o Papa Francisco e milhares de jovens peregrinos, de todo o mundo, José Sá Fernandes e Isabel Pimenta explicaram que o plano hoje apresentado assenta num cenário de estarem em Lisboa, na primeira semana de agosto, 1,2 milhões de jovens.

Isabel Pimenta disse que esse é o “cenário base”, mas que há muitas incertezas. O plano, explicou, pressupõe uma previsão de 400 mil inscritos e mais 800 mil pessoas não inscritas.

Mas as inscrições podem ser menos ou mais. Para já as intenções de inscrição ultrapassam o meio milhão, mas o valor real, disse, ainda não chegou à previsão de 400 mil.

Como gerir os fluxos de tráfego adicionais?

Fazendo os cálculos para a presença de 1,2 milhões de pessoas em Lisboa na primeira semana de agosto, naquele que é o maior evento alguma vez realizado em Portugal, os responsáveis falaram de como está a ser preparada a resposta em termos de transportes e salientaram a importância da mobilidade suave, de andar a pé, de bicicletas ou trotinetas, que também poderão ter restrições, consoante o programa da visita do Papa.

Sá Fernandes disse que vai haver corredores específicos para peões, porque o plano assenta em vários tipos de corredores, seja para transportes públicos, para peões ou apenas para o Papa. “Vai haver ruas fechadas e percursos pré-definidos para os caminhantes”, disse.

O plano identifica percursos pedonais preferenciais entre terminais de transporte e os locais do evento. O transporte público é a “espinha dorsal” do evento, mas estão previstos mais 4.000 autocarros de reforço para essa semana, que irão ficar em parques ou usar locais para apenas tomarem ou largarem passageiros. Esses locais serão novos e só para essa semana mas não foram ainda identificados.

Quando começam a chegar os peregrinos?

O cenário de trabalho, explicou a responsável, pressupõe que dos 1,2 milhões 200 mil já estejam em Lisboa, que 500 mil usem os transportes públicos regulares, que 200 mil usem 4.000 autocarros e que de automóvel cheguem mais 120 mil pessoas. Foram, contudo, apresentados prazos de chegada.

A JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas. As principais cerimónias da JMJ decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.