Em declarações à Lusa, a coordenadora do projeto, Sara Núñez-Sánchez, do Centro de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho, considerou que esta poderá ser uma solução “para muitos problemas energéticos atuais e vários dos desafios da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas”.
“O nanodispositivo pode ser aplicado nas superfícies, seja de carros, de casas, roupa ou outras, como se fosse tinta e fornecer-lhe-á energia, ao mesmo tempo que controlará a sua temperatura”, referiu.
A ideia é que se adapte às necessidades climáticas de cada região, aquecendo ou arrefecendo, de acordo com s necessidades.
A tecnologia vai ser trabalhada, a partir de abril de 2024, pelo consórcio Adaptation, que junta nove parceiros de cinco países e tem 3,6 milhões de euros do Programa Pathfinder da União Europeia, dedicado a inovações disruptivas na sociedade.
O financiamento foi aprovado na semana passada e a investigação deverá prolongar-se por quatro anos.
Trata-se de um projeto inspirado na fotossíntese que quer facilitar a adaptação às mudanças causadas pela crise climática.
O dispositivo deverá ser capaz de absorver a energia solar e de a converter em eletricidade, além de se resfriar, evitando perdas de energia.
Vai ter diversas estruturas nanométricas e as propriedades necessárias para a absorção e transporte de energia (de modo a produzir eletricidade) e de controlo térmico (para resfriar sem gastar energia).
O consórcio Adaptation junta a Universidade do Minho e o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (Portugal), o Conselho Superior de Investigações Científicas, a Universidade de Vigo e as empresas Avanzare Innovation Tecnologica e Cooling Photonics (Espanha), as universidades de Estrasburgo (França) e Utrecht (Países Baixos) e ainda a empresa Sunpluggedsolare Energiesysteme (Áustria).
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