“As taxas aeroportuárias são uma componente importante e significativa da base de custos. Obviamente, estamos a negociar e a falar com as partes interessadas sobre este assunto”, afirmou, durante uma conferência por telefone hoje com jornalistas após ser questionado sobre a situação em Portugal.
Lundgren admite ser “absolutamente justo que os investimentos nos aeroportos tenham preços e custos associados”, mas disse não aceitar “quando os custos são acrescentados para além dos investimentos necessários, porque acabam por reduzir a oferta e torná-la mais cara para os clientes”.
“Estamos a oferecer uma excelente relação qualidade/preço também em Portugal, e vamos continuar a fazê-lo”, disse o responsável, que não antevê, no imediato, alterações à rede.
Atualmente a easyjet opera voos em Lisboa, Porto, Faro, Madeira e Açores e Lundgren indicou que as taxas aeroportuárias “são um fator importante a ter em conta quando se planeia rede”.
“É algo que estamos obviamente a avaliar, porque temos aeroportos e certas partes da rede onde estamos a conseguir acordos fantásticos com os aeroportos, e tomamos isso em consideração quando estamos a atribuir os locais para onde os aviões estão a voar, juntamente com a procura que registamos”, explicou.
Sobre a privatização da TAP, Lundgren afirmou não estar preocupado com uma possível consolidação num grupo de companhias aéreas, nem manifestou interesse da Easyjet numa potencial aquisição.
“Em muitos casos, não se trata de consolidação. Trata-se do resultado de companhias aéreas fracas, que o foram durante um longo período de tempo, e que estão agora a tentar procurar soluções diferentes”, referiu.
O presidente executivo da transportadora britânica admitiu: “obviamente que também estamos a acompanhar, mas estamos muito confiantes no nosso próprio plano”.
“Não estamos preocupados com qualquer consolidação que nos possa afetar negativamente, nem nos concentramos muito em fusões e aquisições”, acrescentou.
A companhia aérea ‘low-cost’ Ryanair criticou a proposta da ANA para a subida das taxas nos aeroportos para 2024 e ameaçou fechar a base na Madeira, se não descerem os custos,
Na nota, a transportadora disse que a ANA — Aeroportos de Portugal, operada pela francesa Vinci, “está a tentar aumentar as taxas de forma excessiva e injustificada em todo o país, incluindo Lisboa (+18%), Porto (+13%), Faro (+12%), Açores (+8%) e Madeira (+9%)”,
Na nota, a Ryanair disse que “já foi obrigada a encerrar a sua base nos Açores na sequência dos anteriores aumentos de taxas da ANA”,
A ANA — Aeroportos de Portugal defendeu os aumentos nas tarifas aeroportuárias que propôs para 2024, justificando-os com a inflação e aumentos dos anos anteriores.
A Secretaria Regional de Turismo e Cultura da Madeira, que respondeu estar a analisar a proposta da ANA para 2024, como faz todos os anos, quando o processo de consulta tarifária é desencadeado.
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