Em comunicado, a organização criada há mais de 25 anos e que atualmente agrega 28 municípios portugueses e galegos justificou aquele pedido com as “informações que surgiram hoje nos meios de comunicação portugueses relativas à suspensão ou atraso na execução da linha ferroviária do Minho e do último troço”, entre Viana do Castelo e Valença.
“A informação tornada pública pela Infraestruturas de Portugal nega todos os aspetos dessas notícias e confirma que todas as obras continuam em tramitação ou execução”, refere o Eixo Atlântico.
Contactado pela agência Lusa, o secretário-geral da associação, Xoan Mão, afirmou ser necessário “um ponto de situação para clarificar” a execução da obra.
Xoan Mao adiantou que o “segundo semestre de 2020 foi o último prazo que lhe foi comunicado, oficialmente, pelo presidente da IP, António Laranjo”, para a conclusão daquela empreitada.
Em julho, na estação de caminhos de ferro da capital do Alto Minho, aquando da inauguração da eletrificação do troço Nine – Viana do Castelo, num valor de 16 milhões de euros, o primeiro-ministro, António Costa, disse que a empreitada em curso, de eletrificação do troço entre Viana do Castelo e Valença, estaria concluída no segundo semestre de 2020.
Hoje, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, admitiu atrasos e constrangimentos em projetos de modernização dos caminhos-de-ferro, mas afastou a hipótese de qualquer cancelamento na execução do plano ferroviário 2020.
“Não há nenhuma obra cancelada, nenhuma obra suspensa, o que temos […] são atrasos nas obras, isso é verdade, mas cancelamento e suspensão não existe um único”, afirmou o governante, à margem da assinatura do Acordo de Empresa da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF), hoje em Lisboa.
O ministro reagia, assim, à manchete de hoje do Jornal de Notícias que dava conta do adiamento de 18 obras programadas no âmbito do programa Ferrovia 2020, apresentado em fevereiro de 2016, no valor de dois mil milhões de euros, e de um projeto cancelado de eletrificação do troço entre Viana do Castelo e Valença.
“O que houve foi um projeto [de eletrificação] com pouca qualidade e foi necessário relançar o projeto de contratação do projetista”, explicou o governante, reafirmando que não há cancelamento ou desistência da obra.
Pedro Nuno Santos explicou que as obras do investimento público não preveem muitas vezes constrangimentos, como candidatos que impugnam concursos, atrasos no Tribunal de Contas ou avaliações de impacto ambiental que exigem alterações: “Os constrangimentos que o investimento público enfrenta levam a que, infelizmente, tenhamos que regularmente assistir a atrasos em algumas das obras”, defendeu o ministro.
Também a IP, em comunicado entretanto divulgado, reafirmou não haver qualquer suspensão ou cancelamento, e que estão em desenvolvimento e serão concretizados “todos os investimentos previstos”, a executar no âmbito do Ferrovia2020.
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