A repetição das eleições para a Assembleia da República no círculo eleitoral da Europa repetiram-se e o resultado mudou: o PS elegeu dois deputados, Paulo Pisco e Nathalie de Oliveira, e o PSD perdeu aquele que tinha, Ester Vargas.
As eleições realizaram-se pela segunda vez, depois de o Tribunal Constitucional ter ordenado a sua repetição devido a anulação de cerca de 157 mil votos. A polémica já não é nova: em 2019, no círculo eleitoral da Europa (que elege dois deputados), o PSD conseguiu a anulação de 34 mil votos de emigrantes que não tinham colocado a fotocópia do Cartão de Cidadão junto com o subscrito de identificação do eleitor. Na altura, isso garantiu ao PSD a eleição de mais um deputado.
Desta vez o imbróglio tomou outras proporções e, apesar do acordo de cavalheiros feito entre PS e PSD, foram os partidos mais pequenos e até sem assento parlamentar - Volt, depois também o Chega, o PAN, o Livre e o MAS - que mudaram o curso da história, recorrendo para tribunal, enquanto os grandes assistiam da bancada. Os pormenores são kafkianos.
Agora, PS e PSD garantem estar dispostos a mudar a lei e a retirar todos os obstáculos que levam a que uma grande maioria dos atuais 1,5 milhões de eleitores a residir no estrangeiro (que votam pelos círculos da Europa e de fora da Europa, elegendo um total de quatro deputados), possam, democraticamente, exercer o seu direito de voto. E não só.
Uma conversa com Paulo Pisco e Ester Vargas, cabeças-de-lista pelo círculo eleitoral da Europa do PS e PSD, respetivamente, e também com Céu Mateus, professora catedrática de Economia da Saúde na Lancaster University e, por isso, eleitora a viver no Reino Unido.
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