"Esta causa dos sem abrigo toca-me muito porque os invernos são muito frios e em Montreal e há umas seis mil pessoas que não possuem uma residência fixa", começou por afirmar Herman Alves, de 62 anos.
Natural de Porto de Mós (distrito de Leiria) e no Canadá há 50 anos, o presidente do Clube Rotário de Montreal diz "que este é um problema que não pode ser esquecido", mas "cabe sobretudo aos cidadãos controlá-lo e ajudar o máximo de pessoas afetadas".
Com as temperaturas gélidas a chegarem a Montreal, com muitos dos dias com 30 graus negativos, Herman Alves salienta que os rotários integram uma plataforma de associações para "mostrar que partilhar a riqueza com os mais desfavorecidos da nossa sociedade" é um dever que cabe a todos.
"Queremos começar por lançar uma campanha com os Clubes Rotários, como um evento anual, para conseguirmos apoiar algumas instituições que auxiliam os sem-abrigo, para depois organizarmos algo de grande dimensão", explicou.
Esta vontade de Herman Alves em ajudar os sem abrigo não é nova, surge desde 1989 quando um sem-abrigo perdeu a vida ao ser encontrado congelado no Parque Viger, na cidade de Montreal, um caso que chocou a cidade francófona.
O empresário do ramo da construção então envolveu-se na criação da instituição 'Share the Warmth', para angariar roupas para os sem-abrigo.
Desde 1989 que com a ajuda de muitos colaboradores, Herman Alves já angariou mais de 1.2 milhões de dólares canadianos (823 mil euros) canalizados em mecanismo sociais para combater a pobreza e esteve envolvido no projeto que converteu a igreja de Grace num centro comunitário.
O evento 'Fight Homeless Fundraising' de angariação de fundos, com jantar e atuação do cantor luso-canadiano Remígio Pereira, tem lugar no dia 27 de novembro, no Porto Lounge, no número 3716 da rua Notre-Dame.
Os fundos a angariar que revertem para os centros Le Bon Dieu dans la rue, para o La rue des Femmes e para a Mission Old Brewery, instituições de apoio aos mais necessitados.
Segundo dados do governo local, existiam no Quebeque no ano passado, 5.789 pessoas visíveis a viveram nas ruas da província, cerca de 76 em 100 mil residentes, numa sinalização que ocorreu na primavera de 2018.
Só em Montreal existiam 3.149 pessoas sem-abrigo, um ligeiro aumento comparativamente com 3.016 em 2017.
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